O IMPRESSIONANTE SEGREDO DAS
ALMAS DO PURGATÓRIO

Entrevista a Maria Simma, feita pela Irmã Emanuel

INTRODUÇÃO

Maria Simma é uma mística austríaca. Através de um dom particular de Deus, raramente visto na
história da Igreja, ela recebe desde há 50 anos a visita das almas do Purgatório. Que lhe dizem estas
almas? Dão avisos, pedem orações, e falam dos seus indizíveis sofrimentos no Purgatório, atenuados pela
alegre expectativa e a certeza de se virem a reencontrar, mais cedo ou mais tarde, nos braços de Deus.
Revelam aos vivos o imenso poder que têm de aliviar os sofrimentos dos defuntos e de receber, em
troca, numerosas ajudas e benefícios, nesta vida e na outra. Os testemunhos relatados pela Irmã
Emanuel neste livro, recolhidos da própria boca de Maria Simma, dão muito para refletir. Podem-nos
ajudar a mudar os nossos comportamentos e os nossos hábitos, e a começar a viver de maneira
diferente, conforme os desejos de Deus… O Senhor utiliza muitos canais para falar cada dia aos seus
filhos e ajudá-los nas suas necessidades espirituais, Os dons que o Senhor dá às almas privilegiadas são
faróis poderosos que iluminam o caminho aos homens. Saibamos tirar proveito disso! Este pequeno livro
vem preencher um vazio Um dia li, com grande interesse, um livro sobre as almas do Purgatório. Fiquei
muito impressionada, pois relatava testemunhos inteiramente atuais. Além disso, explicava muito bem a
doutrina da Igreja sobre esse assunto. Trata-se de um livro de Maria Simma. Escrevi ao editor, o qual me
respondeu que Maria ainda era viva. Imediatamente entrei em contacto com ela, solicitando-lhe uma
entrevista, que me concedeu. Fiquei encantada, pois, cada vez que tenho ocasião de pregar sobre as
almas do Purgatório, observo um interesse enorme da parte dos ouvintes, que geralmente pedem que
lhes diga algo mais. Há uma sede muito viva de saber o que nos espera depois da morte. E verdade que
estas coisas não são ensinadas na catequese habitual, e isto causa uma grande ignorância, para não
dizer uma certa angústia perante as ultimas realidades. Estas páginas contribuem para fazer
desaparecer completamente esta angústia, que não tem razão de ser, em relação ao Purgatório; elas
também nos esclarecem e fazem compreender que o plano de Deus sobre o nosso futuro é magnífico e
entusiasmante; que nesta terra temos em mãos um poder imenso de tornar felizes as almas dos nossos
defuntos, e tornarmo-nos felizes nesta vida. Pe. Matteo La Grua, OFM – Teólogo Maria Simma tem hoje
84 anos (1999) e vive só, na sua casinha de Sonntag, uma linda aldeia na montanha do Voralberg, na
Áustria. Foi lá que a encontrei. Quem é ela? Uma simples camponesa que desde a sua infância ora muito
pelas almas do Purgatório. Com a idade de 25 anos, foi favorecida com um carisma muito particular e
raro na Igreja, o carisma de ser visitada pelas almas do Purgatório. E uma católica fervorosa, dotada de
grande humildade e simplicidade. Tem sido encorajada na sua tarefa pelo seu pároco e também pelo
seu bispo. Vive pobremente. Por exemplo, quase não tínhamos possibilidade de passar em volta das
cadeiras nas quais nos instalámos, no pequeno espaço onde nos acolheu. O seu carisma extraordinário
lança raízes na história da Igreja. Com efeito, são numerosos os santos, canonizados ou não, que
receberam este mesmo carisma. Citarei apenas Santa Gertrudes (Alemanha); Santa Catarina de Génova
(Itália), que escreveu muito sobre isso; Marie-Anne de Jesus (Alemanha); Santa Margarida Maria de
Paray-le-Monial (França), que teve a visão do Sagrado Coração; Santo Cura d Ars (França); São João
Bosco (Itália); a Bem-aventurada Miryam de Belém (Líbano); a bem aventurada Faustina (Polónia) etc…
Quando nos debruçamos sobre os ensinamentos destes santos, verificamos que todos dizem a mesma
coisa. Maria Simma, por sua vez, apenas revive o belo testemunho deles. Por isso, não hesitei em
entrevistá-la, pois tem o mérito de viver na nossa época e de estar disponível. Para não tomar muito
densa esta exposição, algumas vezes resumirei as respostas de Maria, outras vezes dá-las-ei
integralmente. De vez em quando acrescentarei comentários pessoais. Foi realmente uma alegria
conhecer Maria Simma, uma mulher cuja vida é inteiramente doada. Cada segundo, cada hora da sua
vida tem um peso de eternidade, não somente para ela própria, mas para tantas almas conhecidas ou
desconhecidas que ajudou – de maneira diferente, mas com o mesmo amor – a libertarem-se do
Purgatório e a alcançarem a felicidade eterna no Céu. Maria Simma, Gross Valsertal, A Sonntag, Austria.

A autora.

A ENTREVISTA DE MARIA SIMMA

1 A PRIMEIRA VEZ

Irmã Emmanuel – Maria, pode-nos contar como foi visitada pela primeira vez por uma alma do
Purgatório?
Maria Simma – Foi em 1940, numa noite, pelas três ou quatro horas da manhã. Ouvi alguém ir e
vir no meu quarto. Isto fez-me acordar e olhei; quem poderia entrar no meu quarto?!
Ir.Em. – Teve medo?
M.S. – Não, não sou nada medrosa! Mesmo quando pequena, minha mãe dizia que eu era uma
criança especial, pois nunca tinha medo.
Ir.Em. – E nessa noite?…, conte-nos!
M.S. – Vi que era um estrangeiro, ele ia e vinha lentamente. Perguntei-lhe num tom severo:
Como é que entrou aqui? O que é que perdeu? Mas ele continuava o seu vaivém no
quarto, como se não tivesse ouvido nada. Eu perguntei-lhe ainda: O que é que está
afazer? Como ele não respondia, levantei-me de um pulo e quis agarrá-lo, mas só segurei
o ar, não havia mais nada… Então voltei a deitar-me; mas de novo o ouvi ir e vir. Eu
interrogava-me porque via este homem e não podia segurá-lo. Levantei-me de novo para
agarrá-lo e fazê-lo parar de andar; e de novo afundei-me no vazio. Estava perplexa. E
tornei a deitar-me. Ele não voltou, mas não pude dormir mais. No dia seguinte, depois
da Missa, procurei o meu diretor espiritual e contei-lhe tudo. Ele disse-me: Se isso
recomeçar, não pergunte quem é? mas o que é que quer de mim? Na noite seguinte, o
homem voltou. Era ele mesmo, e perguntei-lhe: O que é que quer de mim? E ele
respondeu: Mande celebrar três Missas por mim e serei libertado. Então, compreendi que
era uma alma do Purgatório. O meu pai espiritual o confirmou. Aconselhou-me também
que nunca repelisse as almas do Purgatório, mas que aceitasse o seu pedido com
generosidade.
Ir.Em. – E depois disso, as visitas continuaram?
M.S. – Sim, durante alguns anos, só três ou quatro almas, sobretudo no mês de Novembro. E
depois vieram mais.
Ir.Em. – E o que é que pedem estas almas?
M.S. – Na sua maioria, pedem que eu mande celebrar Missas e participe nelas. Pedem a
oração de terços e vias-sacras.


2 UMA QUEIMADURA DE AMOR…


Coloca-se a verdadeira pergunta: o que é exatamente o Purgatório? E uma invenção genial da parte de
Deus. Tomemos uma imagem. Um dia, uma porta abre-se e aparece-lhe um ser extraordinariamente
belo, mas tão belo como nunca dantes tinha visto sobre a Terra. Fica fascinado, deslumbrado com este
SER de luz e beleza, tanto mais que este Ser lhe revela que é louco de amor por si. Você não poderia
imaginar ser assim tão amado. Percebe também que Ele tem um grande desejo de o atrair a Si, de o
abraçar, e o fogo de amor que já inflama o seu coração, incita-o a lançar-se nos Seus braços. Mas, nesse
exato momento; percebe que não se lavou há meses, que cheira horrivelmente mal, que o seu nariz
escorre, que os seus cabelos estão sujos e colados, que há grandes e horríveis manchas nas suas vestes,
etc…. Então você compreende que não pode apresentar-se neste estado, que antes de tudo é
necessário ir lavar-se, tomar um bom banho e em seguida voltar depressa para tomar a vê-lO. Mas o
amor que nasceu no seu coração é tão intenso que este atraso, causado pelo banho, é absolutamente
insuportável! A dor da ausência, mesmo que dure apenas alguns minutos, é uma queimadura atroz no
seu coração, pois é proporcional à intensidade da revelação do Amor. E uma queimadura de amor. O
Purgatório é isto! E um atraso imposto pelas nossas impurezas, um atraso antes do abraço de Deus, uma
queimadura de amor que faz sofrer terrivelmente, uma nostalgia de amor. E precisamente esta
nostalgia que nos lava do que é ainda impuro em nós. O Purgatório é um lugar de desejo, do desejo
louco de Deus, do Deus que já conhecemos, porque já O vimos, mas ao Qual não estamos ainda unidos.
As almas do Purgatório falam muitas vezes a Maria a respeito do grande desejo que têm de Deus e de
quanto este desejo lhes é profundamente doloroso; trata-se realmente de uma agonia. O Purgatório é
uma grande crise da falta de Deus.
Ir.Em. – Maria, as almas do Purgatório têm, mesmo assim, alegria e esperança, no meio dos
seus sofrimentos?
M.S. – Sim. Nenhuma alma quereria voltar do Purgatório para a Terra, porque possuem um
conhecimento que nos ultrapassa infinitamente e não aceitariam mais voltar às trevas da
Terra. Eis onde reside toda a diferença entre o Purgatório e o sofrimento que
conhecemos na Terra. No Purgatório, embora a dor seja atroz, as almas têm a certeza
de poderem vir a viver para sempre com Deus, certeza absoluta, que toma a alegria
mais forte que a pena. Nada há na Terra que as possa fazer desejar viver de novo, nesta
Terra, onde nunca se está seguro de coisa alguma.
Ir.Em. – Poderia dizer-nos se é Deus que envia uma alma ao Purgatório ou se é ela mesma que
decide ir?
M.S. – É a própria alma que quer ir ao Purgatório para se tornar pura antes de ir para o Céu. A
alma do Purgatório une-se plenamente à Vontade de Deus. Por exemplo, ela alegra-se
do bem e deseja o nosso bem. Ama muito a Deus e aos homens na Terra. Está
perfeitamente unida à Luz de Deus, no Espírito Santo. Ir.Em.- No momento da morte,
vê-se Deus em plena luz, ou de maneira confusa?
M.S. – Ainda de uma maneira confusa, mas numa tal claridade, que é suficiente para sentir uma
grande nostalgia de Deus. A Alma fica de tal maneira fascinada por esta luz que
regressar ao seu corpo na terra seria para ela uma agonia. É uma claridade ofuscante em
relação As trevas da Terra, mas ainda não é nada em relação à plena luz que a alma
conhecerá quando subir ao Céu. A alma fica de tal maneira fascinada por esta luz que
regressar ao seu corpo seria para ela uma agonia.

 

3 A CARIDADE COBRE UMA MULTIDÃO DE PECADOS…

 

Ir.Em. – Poderia dizer-nos qual é o papel da Santíssima Virgem junto das almas do Purgatório?
M.S. – Muitas vezes a Virgem vem para as consolar, dizendo-lhes que fizeram muitas coisas
boas. Ela encoraja-as.
Ir.Em. – Há dias especiais em que Ela as liberta?
M.S. – Sim, sobretudo no dia de Natal, de Todos os Santos, na Sexta-Feira Santa, no dia da
Ascensão e da Assunção.
Ir.Em. – Quais são os pecados que mais nos arrastam ao Purgatório?
M.S. – São os pecados contra a caridade, contra amor ao próximo, a dureza do coração, a
hostilidade, a calúnia… Diz-se que a maledicência e a calúnia são as piores máculas,
que necessitam duma longa purificação… Sobre isso, Maria cita-nos um exemplo que
muito a comoveu: o testemunho acerca de um homem e uma mulher, para os quais lhe
tinham pedido informações sobre se estavam no Purgatório. Para grande espanto de
quem tinha feito a pergunta, a mulher já estava no Céu e o homem no Purgatório. Ora,
esta mulher durante a sua vida cometera abortos, enquanto o homem, estava sempre na
igreja, tinha uma vida muito digna e muito piedosa. Então Maria informou-se de novo,
pensando que poderia ter-se enganado; mas era assim mesmo. Eles morreram
praticamente ao mesmo tempo, mas a mulher tinha tido um grande arrependimento e
era muito humilde; o homem criticava todo o mundo, estava sempre a queixar-se e a
maldizer. E por isso que o seu Purgatório foi muito longo. E Maria concluiu: Não se deve
julgar pelas aparências! São contra a caridade pecados tais como rejeitar certas pessoas
que não amamos, recusar fazer as pazes, recusar perdoar, e todos os rancores que
alimentamos. Quanto a isto, Maria confiou-nos um testemunho muito surpreendente.
Uma mulher, que conhecia muito bem, tinha morrido. Encontrava-se no mais terrível
Purgatório, com sofrimentos horríveis. Quando veio ver Maria, contou-lhe a razão: ela
teve uma amiga que se tomara sua grande inimiga. Ela era a causa desta inimizade.
Alimentou-a durante anos, ao passo que, muitas vezes, esta pessoa linha vindo pedir-lhe
a reconciliação e a paz. Ela sempre recusou o perdão, até no seu leito de morte. Este
facto é muito significativo: o rancor alimentado conduz a graves consequências. Quanto
às palavras, nunca se dirá bastante o quanto uma palavra de crítica, de maledicência,
pode realmente matar; e, ao invés, uma palavra benévola pode curar.
Ir.Em. – Pode dizer-nos quais são os que têm mais possibilidade de ir diretamente para o Céu?
M.S. – Aqueles que têm um coração bom para toda a gente: pois a caridade cobre uma multidão
de pecados (1 Pedro 4,8b).
Ir.Em. – Que meios podemos usar na Terra para evitar o Purgatório e ir diretamente para o
Céu?
M.S. – Devemos fazer muito pelas almas do Purgatório, pois elas ajudam-nos por sua vez. E
preciso ter muita humildade, que é a melhor arma contra o Maligno. A humildade
expulsa o Mal. Eis um testemunho do Padre Berlioux, a respeito da ajuda prestada pelas
almas do Purgatório àqueles que as aliviam pelas suas orações e sufrágios. Conta-se que
uma pessoa, especialmente amiga das almas do Purgatório, tinha consagrado toda a sua
vida a aliviá-las. Ao chegar a hora da morte, foi atacada com furor pelo Demónio, por
ver que esta alma estava a ponto de se lhe escapar. Parecia que todo o abismo, ligado
contra ela, a envolvia com os seus exércitos infernais. A agonizante lutava há algum
tempo, no meio dos mais penosos esforços, quando, de repente, viu entrar no quarto
uma multidão de personagens desconhecidos, resplandecentes de beleza, que colocaram
o Demónio em fuga e, aproximando-se do leito, dirigiram-lhe encorajamentos e
consolações celestiais. Suspirando profundamente e transportada de alegria, gritou: –
Quem sois vós? Quem sois vós, por favor, vós que me estais a fazer tanto bem?. – Nós
somos, responderam os bons visitantes, habitantes do Céu, que a vossa ajuda conduziu à
bem-aventurança e viemos, por nossa vez e por gratidão, ajudar-vos a transpor o limiar
da eternidade e tirar-vos deste lugar de angústia, para vos introduzir nas alegrias da
Cidade Santa. A estas palavras, um sorriso iluminou o rosto da moribunda, os seus olhos
fecharam-se e ela adormeceu na paz do Senhor. A sua alma, pura como uma pomba,
apresentando-se ao Senhor dos senhores, encontrou tantos protetores e advogados
quantas as almas que ela tinha libertado; e, sendo reconhecida digna da Glória, entrou
como em triunfo, no meio dos aplausos e das bênçãos de todos os que ela tinha tirado do
Purgatório. Que nós possamos um dia ter a mesma felicidade! As almas libertadas pela
nossa oração são extremamente reconhecidas, ajudam-nos na nossa vida, o que é bem
evidente. Eu aconselho-vos a fazer a experiência. Elas assistem-nos, conhecem as nossas
necessidades e obtêm-nos muitas graças. Um outro exemplo dado por Maria Simma
mostra como a caridade cobre uma multidão de pecados: Eu conhecia um jovem, de uns
vinte anos, numa pequena aldeia vizinha da minha. A aldeia deste jovem tinha sido
cruelmente atingida e enlutada por uma série de avalanches que tinham sepultado uma
quantidade enorme dos seus habitantes. Uma noite, encontrando-se na casa de seus
pais, ele ouviu uma avalanche terrível, ao lado da casa, e depois, gritos lancinantes
clamando: Salvai-nos, salvai -nos! Estamos presos sob os escombros! De um salto, ele
levantou-se da cama e precipitou-se para socorrer aquela gente. A mãe tinha ouvido os
gritos, mas impedia-o de passar, dizendo: Que outros os socorram, não devemos ser
sempre nós. Há perigo demais, não quero que haja mais um morto. Mas ele, trespassado
pelos gritos, quis realmente socorrer aquelas pessoas. Empurrou a mãe e disse-lhe: Sim!
Eu vou lá, não posso deixá-los morrer assim. Saiu e, no caminho, foi apanhado por uma
avalanche e morreu. Dois dias depois da morte, veio visitar-me à noite e disse: Faz
celebrar três Missas por mim, assim serei libertado do Purgatório. Fui prevenir a família
e os amigos. Ficaram admirados ao saber que somente com três Missas ele seria livre do
Purgatório, lembrando-se de todas as malandrices que tinha feito. Este jovem disse-me:
Fiz um ato de puro amor, arriscando a minha vida por estas pessoas e é graças a isso que
o Senhor me acolheu tão depressa no Céu. Sim, a caridade, um só ato de amor gratuito,
cobre uma multidão de pecados. Este jovem tinha tido uma vida dissoluta, talvez nunca
mais tivesse outra ocasião de exercer um ato de amor assim tão forte e, porventura,

terse-ia tomado um mau homem. Na Sua misericórdia, o Senhor levou-o justamente no
momento em que ele estava o mais belo e puro possível diante d Ele, graças a este ato
de amor. Eis aqui mais outro episódio que demonstra como o Senhor aprecia e valoriza
também um simples ato de bondade: Um dia, a alma de uma mulher apresentou-se-me
com um balde na mão. Que fazes com esse balde? – Perguntei-lhe. É a chave do meu
Paraíso, respondeu, radiante. Rezei pouco na minha vida; raramente ia à Igreja, mas
uma vez, antes de Natal, limpei gratuitamente toda a casa de uma pobre velhinha. Isso
foi a minha salvação. Eis a prova de que tudo depende da caridade.
Ir.Em. – Que fez o bom ladrão para que Jesus lhe prometesse que ele estaria desde hoje no Seu
Reino com Ele?
M.S. – Aceitou humildemente o seu sofrimento, dizendo que era justo, encorajou o outro ladrão
a aceitá-lo também. Experimentou o temor de Deus, que é sinal de humildade. Quando
se encara a morte, é importante abandonar-se completamente à Vontade do Senhor.
Maria contou-me o caso muito bonito de uma mãe de quatro filhos que ia morrer. Em
lugar de se revoltar, ela diz ao Senhor: Eu aceito a morte, pois assim o quereis e entrego
a minha vida em Vossas mãos. Eu Vos confio os meus filhos, sei que tomareis conta
deles. Graças a essa imensa confiança em Deus, esta mulher foi diretamente para o Céu,
sem passar pelo Purgatório. O amor, a humildade e o abandono a Deus, eis as chaves de
ouro que nos fazem entrar diretamente no Céu.

 

4 OFERECEI-LHES UMA MISSA!

 

Ir.Em. – Maria, pode-nos dizer quais são os meios mais eficazes para livrar as almas do Purgatório?
M.S. – É a Santa Missa: porque é Cristo Quem se oferece em amor por nós. E a oferenda de Cristo, d Ele
mesmo a Deus, a mais bela das oferendas. O padre é o representante de Deus, mas é Deus, Ele próprio
Quem se oferece e Se sacrifica por nós. A eficácia da Santa Missa pelos defuntos é tanto maior quanto
maior tiver sido o seu amor pela Missa durante a vida e se dela participavam, de todo coração, também
durante a semana, de acordo com suas possibilidades. Estes tiram grande proveito das Missas celebradas
por suas almas. Lá também colherão como tiverem semeado. As almas do Purgatório vêem, muito bem,
no dia do seu enterro, se oram realmente por elas ou se fazem simplesmente um ato de presença. Elas
dizem que as lágrimas não servem para nada, somente a oração pode ajudá-las. Queixam-se de que há
pessoas que vão ao enterro sem dizer uma só oração por elas. Eis um exemplo dado pelo Cura d Ars aos
seus paroquianos a respeito da Missa. Meus filhos, um bom padre teve a infelicidade de perder um amigo
que ele amava ternamente; então orava muito pelo repouso de sua alma. Um dia, Deus fez-lhe saber
que ele estava no Purgatório e sofria horrivelmente. O santo sacerdote pensou que o melhor a fazer era
oferecer o Santo Sacrifício da Missa pelo seu caro defunto. No momento da consagração, tomou a hóstia
nas mãos e disse: Pai Santo e Eterno, façamos uma troca; Vós tendes a alma do meu amigo que está no
Purgatório e eu seguro o Corpo de Vosso Filho, que está em minhas mãos. Pai bom e misericordioso,
libertai o meu amigo e eu Vos ofereço o Vosso Filho, com todos os méritos da Sua paixão e morte. O seu
pedido foi atendido. Com efeito, no momento da elevação, viu a alma do amigo, toda radiante de
glória, que subia ao Céu. Deus tinha aceite a troca. Meus filhos, quando queremos libertar do Purgatório
uma alma que nos é cara, façamos o mesmo. Ofereçamos a Deus, pelo Santo Sacrifício, o seu Filho bemamado,

com todos os méritos da Sua paixão e morte. Ele nada nos poderá recusar.

5 NÃO DESPERDICEIS OS VOSSOS SOFRIMENTOS TERRENOS…

Existe um outro meio muito eficaz para as almas do Purgatório. E a oferta do sofrimento voluntário,
como a penitência, as privações e também a oferta dos sofrimentos involuntários, como a doença, o
luto.
Ir.Em. – Maria, você foi convidada muitas vezes a sofrer pelas almas do Purgatório, para libertá-las. O
que é que viveu e experimentou nesses momentos?
M.S. – A primeira vez, uma alma perguntou-me se eu quereria sofrer por ela no meu corpo durante três
horas, e depois disso eu poderia retomar o meu trabalho. Eu disse a mim mesma que, se tudo estivesse
terminado em três horas, poderia muito bem aceitá-lo. Tive a impressão de que essas três horas,
duravam três dias, de tal modo eram dolorosas. Mas no final, olhando para o meu relógio, vi que
efetivamente se haviam passado apenas três horas. A alma disse-me que, aceitando com amor aquele
sofrimento durante as três horas, eu tinha-lhe poupado vinte anos de Purgatório! Ir.Em… Porquê três
horas de sofrimento na Terra para vinte anos de sofrimento no Purgatório?
M.S. – Porque os sofrimentos na Terra não têm o mesmo valor. Quando se sofre na Terra, pode-se
crescer no amor, pode-se ganhar méritos, o que não é o caso dos sofrimentos do Purgatório, onde
servem somente para nos purificar do pecado. Na Terra temos todas as graças, temos a liberdade de
escolher. Isto pode dar um sentido extraordinário aos nossos sofrimentos. Oferecidos e acolhidos com
paciência e humildade, assim como os menores sacrifícios que podemos fazer, podem ter um poder
imenso para ajudar as almas. A melhor coisa a fazer é unir os nossos sofrimentos aos de Jesus,
depositando-os nas mãos de Maria, pois é Ela quem saberá utilizá-los melhor; porque muitas vezes não
conhecemos as necessidades dos que nos cercam. Maria devolver-nos-á tudo na hora da morte e os
sofrimentos oferecidos serão os nossos mais preciosos tesouros no outro mundo.
Ir.Em. – Muitas vezes, quando nos vêm os sofrimentos, nós revoltamo-nos, é-nos difícil aceitá-los e vivêlos bem. Como viver o sofrimento para que ele possa produzir fruto?
M.S. – Os sofrimentos são a maior prova do amor de Deus. Se os oferecemos bem a Deus, podem salvar
muitas almas.
Ir.Em. – Como fazer para acolher o sofrimento como um presente, e não como uma punição, como
acontece tantas vezes?
M.S. – É preciso entregar tudo à Virgem Maria, pois Ela é Quem melhor sabe quem tem necessidade de
tal ou tal oferta para ser salva. A respeito do sofrimento, Maria contou-nos um testemunho espantoso.
Isto passou-se em Uma série de avalanches muito destruidoras caíram sobre uma pequena aldeia
próxima da de Maria. Soube-se mais tarde que outras avalanches se desencadearam sobre ela, mas se
detiveram de maneira totalmente milagrosa, de modo que não houve nenhum prejuízo. Neste lugar
morreu uma mulher que tinha estado doente durante trinta anos e que, mal cuidada, sofrera
muitíssimo. Ela tinha oferecido todos os seus sofrimentos e suportara-os com paciência, para o bem da
sua comunidade. As almas comunicaram a Maria que a aldeia tinha sido preservada das avalanches,
graças à generosidade daquela mulher. Se ela tivesse tido boa saúde, não teria podido salvar a aldeia.
Pelo sofrimento suportado com paciência, salvam-se mais almas que pela oração. (Contudo, a oração
ajuda a suportar os sofrimentos!) Não olhemos o sofrimento sempre como uma punição. Pode ser aceite
como expiação, não somente por nós mesmos, mas sobretudo pelos outros. Cristo era a própria
inocência e foi Ele Quem mais sofreu pela expiação dos nossos pecados. Somente no Céu conheceremos
tudo o que obtivemos pelo sofrimento suportado com paciência, em união com os sofrimentos de Cristo.
Ir.Em. – Maria, há revolta da parte das almas do Purgatório diante de seus sofrimentos?
M.S. – Não, elas querem-se purificar. Compreendem que estes lhes são necessários.

 

6 E NÃO SEJAIS AVARENTOS NAS VOSSAS ORAÇÕES!

 

Um outro meio muito eficaz, diz-nos Maria, é a Via Sacra, pois, contemplando os sofrimentos do Senhor,
pouco a pouco começamos a odiar o pecado e a desejar a salvação de todos os homens. Esta inclinação
do coração leva um grande alívio às almas do Purgatório e suscita o arrependimento dos nossos pecados.
Outro meio muito recomendado pelas almas do Purgatório é o Terço, e até mesmo o Rosário, em favor
dos defuntos. É por meio do Terço que numerosas almas são libertas todos os anos do Purgatório, e é a
própria Mãe de Deus que aí vem para as libertar. Aliás, estas almas do Purgatório chamam à Virgem
Maria a Mãe de Misericórdia. As almas dizem também a Maria que as indulgências têm um valor
inestimável para a sua libertação. Seria realmente crueldade da nossa parte não aproveitar estes
tesouros que a Igreja nos oferece para alívio das almas. Como seria extenso demais explicar tudo aqui,
aconselhamos a leitura do maravilhoso texto escrito por Paulo VI em 1968 sobre este assunto. (Ver o
apêndice). As orações de Santa Brígida são igualmente muito recomendadas para as almas do
Purgatório. Podem ser encontradas, pedindo ao pároco ou nas livrarias religiosas. A oração em geral,
todas as formas de oração, são de grande eficácia para as almas do Purgatório. Gostaria de dar aqui o
testemunho de Herman Cohen, um artista judeu convertido ao catolicismo e que muito venerou a
Eucaristia. Isto passou-se em Ele abandonou a vida mundana, entrou numa ordem religiosa muito
austera e, muito frequentemente, adorava o Santíssimo Sacramento, pelo qual tinha uma grande
veneração. Durante as suas adorações, suplicava ao Senhor que convertesse sua mãe, a quem muito
amava. Mas ela morreu sem se ter convertido. Herman ficou louco de dor. Prostrou-se diante do
Santíssimo Sacramento e, dando livre expansão às suas queixas, orou assim: Senhor, é verdade que Vos
devo tudo, mas o que Vos recusei? A minha juventude, as minhas esperanças no mundo, o bem-estar, as
alegrias da família, talvez um repouso legítimo? Tudo sacrifiquei desde que me chamastes. O meu
sangue? Eu o teria dado também, e Vós, Senhor, Que sois a Bondade Eterna, que prometestes dar-nos o
cêntuplo, recusastes-me a alma de minha mãe… Meu Deus, eu sucumbo neste martírio, o murmúrio vai
deixar os meus lábios. Os soluços sufocavam este pobre coração. De repente, uma voz misteriosa soa-lhe
aos ouvidos e diz: Homem de pouca fé, a tua mãe está salva, sabe que a oração é omnipotente junto de
Mim. Recolhi todas as que Me dirigiste por tua mãe e a Minha Providência levou-lhas em conta na sua
última hora. Eu apresentei-me a ela no momento em que expirava, ela viu-me e gritou: Meu Senhor e
Meu Deus! Anima-te, tua mãe foi poupada da condenação eterna e as tuas súplicas fervorosas
brevemente libertarão a sua alma do Purgatório. Ora, sabe-se que o Padre Herman Cohen, pouco tempo
depois soube, por uma segunda aparição, que a sua mãe subira ao Céu. É importante saber: as almas do
Purgatório nada podem por elas mesmas, são totalmente impotentes. Se os vivos não oram por elas,
ficam abandonadas; por isso é tão importante compreender o poder incrível que cada um de nós tem
nas mãos, para libertar e aliviar estas almas sofredoras. Por exemplo, ninguém deixaria de socorrer uma
criança que caísse de uma árvore e ficasse horrivelmente fraturada. E evidente que faria tudo por ela.
Da mesma forma devemos cuidar dessas almas que esperam tudo de nós e que ficam pendentes das
nossas mínimas ofertas, das nossas menores orações, para serem aliviadas das suas penas. Talvez seja
para nós a mais bela maneira de exercer a caridade. Penso, por exemplo, no bom samaritano do
Evangelho e no que ele fez pelo homem que estava meio morto, caído à beira do caminho, e que, sem
dúvida, estava banhado de sangue. Este homem dependia completamente de um bom coração que
passasse.
Ir.Em. – Maria, porque não se podem ganhar méritos no Purgatório, enquanto se pode fazê-lo na Terra?
M.S. – Porque no momento da morte os méritos terminam. Enquanto vivos na Terra, pode-se reparar o
mal que se fez. As almas do Purgatório invejam-nos -por causa desta possibilidade. Até mesmo os Anjos
têm ciúmes de nós, pois temos a possibilidade de crescer enquanto ainda estamos na Terra

 

7 NO MOMENTO DA MORTE…

 

Ir.Em. – Qual é o papel da contrição ou do arrependimento no momento da morte?
M.S. – A contrição é muito importante! Os pecados são – remidos em todos os casos, mas restam as
consequências do pecado. Se quisermos obter uma indulgência plenária no momento da morte, o que
quer dizer ir diretamente para o Céu, é preciso que a alma esteja livre de todo apego ao pecado. Darei,
seguidamente, um testemunho muito significativo contado por Maria. Tinham-lhe pedido para se
informar sobre uma mulher, cujos parentes a julgavam condenada, porque ela tinha tido uma vida muito
irregular. Foi vítima de um acidente: caiu do comboio que a matou. Uma alma veio ter com Maria e
disse-lhe que esta mulher foi salva do Inferno porque no momento da morte, disse a Deus: Tendes razão
de me tirar a vida, pois assim não mos Vos poderei ofender. E isto apagou todos os seus pecados. Este
facto mostra que um só ato de humildade e de arrependimento no momento da morte pode salvar-nos.
Isto não significa que não tenha ido para o Purgatório, mas impediu que caísse no Inferno, o que teria
merecido pela sua impiedade. mesmo para todos. A intensidade da revelação do Senhor depende da
vida de cada um.
Ir.Em. – Maria, o Demónio tem permissão para nos atacar no momento da morte?
M.S. – Sim, mas o homem tem também a graça de lhe resistir e de rechaçá-lo; pois, se o homem não o
quiser, o Demónio não pode fazer nada.
Ir.Em. – No momento da morte, antes de entrar na eternidade, há ainda um espaço de tempo, entre a
morte aparente e a morte real, em que a alma tem a possibilidade de se voltar para Deus, mesmo
depois de uma vida de pecado?
M.S. – Sim, o Senhor dá a cada um alguns minutos para se arrepender de seus pecados e para se decidir:
Eu aceito ou não aceito ir para Deus. Aí tem-se a visão total da própria vida. Conheço um homem que
acreditava nos preceitos da Igreja, mas não na vida eterna. Um dia, caiu gravemente doente, entrou em
coma e então viu-se num quarto, com um quadro no qual todas as suas obras estavam escritas, as boas e
as más. Depois, o quadro desapareceu, assim como as paredes do quarto e era infinitamente lindo.
Acordou do coma e decidiu mudar de vida!
Ir.Em. – Maria, no momento da morte, Deus revela-se a todas as almas com a mesma intensidade?
M.S. – A cada um é dado o conhecimento da sua vida, assim como o seu próximo sofrimento (no
Purgatório). Mas não é o
Ir.Em. – Quando alguém sabe que vai morrer em breve, a seu ver, qual seria para ele a melhor
preparação?
M.S. – Abandonar-se totalmente ao Senhor, oferecer-lhe todo o seu sofrimento, encontrar a sua
felicidade em Deus.
Ir.Em. – Que atitude devemos ter diante de alguém que vai morrer? Qual é a melhor coisa que se pode
fazer por ele?
M.S. – Em todos os casos, orar muito e prepará-lo para morrer. Deve dizer-se-lhe a verdade. Ir.Em. Que
conselho daria a quem quiser ser santo desde já, na terra?
M.S. – Ser muito humilde. É preciso não se preocupar consigo mesmo. O orgulho é a mais forte
armadilha do maligno.
Ir.Em. – Pode pedir-se ao Senhor para passar o Purgatório na Terra, para evitá-lo depois da morte?
M.S. – Sim. Conheci um padre e uma jovem que estavam ambos doentes num hospital, tuberculosos. A
jovem dizia ao padre que pedia ao Senhor para sofrer na Terra o que fosse necessário para poder ir
diretamente para o Céu.O padre respondeu-lhe que não ousava pedir tal coisa. Perto deles havia uma
religiosa que havia escutado toda a conversa. A jovem morreu primeiro, e o padre mais tarde. Este
padre apareceu à religiosa dizendo-lhe Se eu tivesse tido a mesma confiança daquela jovem, eu também
teria ido diretamente para o Céu.

 

8 OS HABITANTES DO PURGATÓRIO

 

Ir.Em. Maria, há diferentes níveis no Purgatório?
M.S. Sim, há uma grande diferença de níveis no sofrimento moral. Cada alma tem um sofrimento único.
Ir.Em. As almas do Purgatório sabem o que vai acontecer no mundo?
M.S. Elas não sabem tudo, mas sabem muitas coisas.
Ir.Em. Estas almas dizem-lhe às vezes o que se vai passar?
M.S. Dizem simplesmente que há alguma coisa diante da porta, mas não dizem o quê; dizem somente o
que é necessário para a conversão dos homens.
Ir.Em. Os sofrimentos do Purgatório são mais penosos que os maiores sofrimentos na terra?
M.S. Sim, mas de uma maneira simbólica. Fazem doer mais a alma.
Ir.Em. Jesus vem ao Purgatório?
M.S. Jamais uma alma mo disse. É a Mãe de Deus que aí vem. Uma vez, perguntei a uma alma do
Purgatório se seria ela mesma a procurar a alma pela qual eu pedia uma informação. Respondeu-me:
Não, é a Mãe da Misericórdia que no-lo revela. Os santos também não vêm ao Purgatório, mas pelo
contrário, os Anjos estão lá. Lá está São Miguel, e cada alma é acompanhada pelo seu Anjo da Guarda.
Ir.Em. Que fazem os Anjos no Purgatório?
M.S. Aliviam e consolam. As almas até podem vê-los.
Ir.Em. – Na nossa época, muitos crêem na reencarnação. O que lhe dizem as almas a este respeito?
M.S. – Dizem que Deus só nos dá uma vida.
Ir.Em. – Alguns dizem que só uma vida não é suficiente para conhecer Deus e ter o tempo necessário
para se converter, o que julgam não ser justo. O que é que -você lhes responderia?
M.S. – Todos os homens têm uma voz interior. Mesmo quando não são praticantes, reconhecem Deus
implicitamente. Não há ninguém que não creia. Cada -homem tem a consciência para reconhecer o bem
e o mal, uma consciência dada por Deus e um conhecimento interior, em diferentes graus, é lógico; mas
sabe discernir suficientemente o bem do mal. Com esta consciência, cada um pode tornar-se bem-
-aventurado.
Ir.Em. – Que acontece com as pessoas que se suicidaram? Já foi visitada por tais pessoas?
M.S. – Até hoje, nunca encontrei o caso de um suicida que se tenha perdido. O que não quer dizer que
não exista, é evidente; mas muitas vezes as almas dizem-me que os maiores culpados são os que os
cercavam, quando os negligenciaram ou caluniaram.
Ir.Em. – Estas pessoas arrependem-se de se terem suicidado?
M.S. – Sim, mas o suicídio às vezes é devido a uma enfermidade. Porém, elas lastimam-no, pois, olhando
as coisas à luz de Deus, as almas compreendem, de uma só vez, todas as graças que lhes estavam
reservadas para o tempo que ainda lhes restava viver Elas veem esse tempo. Veem também todas as
almas a quem poderiam ter ajudado, se tivessem oferecido esse resto de vida a Deus. O que as faz
sofrer mais é ver o bem que poderiam ter feito e não fizeram, ao abreviar a sua vida. Mas o Senhor leva
em conta o suicídio consequente de uma enfermidade. Mas o Senhor leva em conta o suicídio
consequente de uma enfermidade.
Ir.Em. – Já foi visitada por pessoas que se destruíram pouco a pouco, por overdoses de drogas, por
exemplo?
M.S. – Sim, elas não se perderam. Depende das causas da droga, mas devem sofrer no Purgatório.
Ir.Em. – Se lhe disser, por exemplo: sofro muito no meu corpo, no meu coração; isso é penoso demais
para mim e -eu queria morrer. Que deveria fazer?
M.S. – Essa atitude é muito frequente. Eu diria: Meu Deus, posso oferecer-vos este sofrimento para a
salvação das almas? O Senhor dar-me-á a fé e a coragem. Mas hoje ninguém age assim. Pode dizer-se
também que, se o fizer, a alma recebe uma grande bem-aventurança, uma grande felicidade no Céu,
onde há milhares de felicidades diferentes, mas cada alma tem uma felicidade plena, todo o desejo é
satisfeito. Cada um sabe que não mereceu mais nada.
Ir.Em. – Pessoas de outras religiões também vieram visitá-la? Judeus, por exemplo?
M.S. – Sim, e são felizes. Aquele que vive bem a sua fé é feliz. Mas é através da fé católica que mais se
ganha para o Céu.
Ir.Em. – Há religiões que são nocivas para as almas?
M.S. – Não, mas há tantas religiões na Terra… Os mais próximos são os ortodoxos e os protestantes. Há
muitos protestantes que rezam o terço. As seitas são muito ruins. É preciso fazer tudo para sair delas.
Ir.Em. – Há padres no Purgatório?
M.S. – Sim, há muitos… Os que não suscitaram o respeito à Eucaristia, e, em consequência, toda a fé
sofre. Muitas vezes estão no Purgatório por terem negligenciado a oração, o que lhes diminuiu a fé. Mas
há também muitos que vão diretamente para o Céu!
Ir.Em. – Que diria a um sacerdote que realmente quisesse ser segundo o Coração de Deus?
M.S. – Eu o aconselharia a orar muito ao Espírito Santo e a rezar o Terço todos os dias.
Ir.Em. – Há crianças no Purgatório?
M.S. – Sim, mas para elas o purgatório não é tão longo nem tão penoso, pois falta-lhes o discernimento.

Ir.Em. – A mais jovem que você viu, que idade tinha?
M.S. – Quatro anos. Ela tinha uma irmã gémea. Cada uma delas tinha recebido de seus pais uma boneca,
como presente de Natal. Essa criancinha de quatro anos estava no Purgatório porque quebrou a sua
boneca e então, sorrateiramente, sabendo que ninguém a via, colocou a quebrada no lugar da boneca
de sua irmã, fazendo assim uma troca. E sabia muito bem em seu cora cãozinho que iria causar muita
pena à irmã e sabia muito bem também que isto era uma mentira e uma injustiça. Por esta razão, a
pobre menina foi para o Purgatório. Muitas vezes, as crianças têm uma consciência mais viva que a dos
adultos. Mas com elas é preciso sobretudo lutar contra a mentira, pois a ela são muito inclinadas.
Ir.Em. – Como podem os pais ajudar na formação da consciência de seus filhos?
M.S. – Em primeiro lugar, pelo exemplo. É o mais importante. Depois, pela oração. Os pais devem
abençoar os seus filhos e instruí-los bem nas coisas de Deus.
Ir.Em. – Já foi visitada por almas que, na Terra, praticavam, por exemplo, perversões sexuais?
M.S. – Sim, elas não estão perdidas, mas têm muito que sofrer para se purificarem. A homossexualidade,
por exemplo, vem realmente do Maligno.
Ir.Em. – Que conselhos daria a estas pessoas que caíram na homossexualidade?
M.S. – Orar muito para terem a força de se afastar. É preciso pedir sobretudo ao Arcanjo São Miguel,
pois é ele, por excelência, quem combate o Maligno.
Ir.Em. – Quais são as atitudes do coração que podem conduzir à perda definitiva da alma, isto é, ao
Inferno?
M.S. – Quando não se quer ir para Deus. Na sua encíclica sobre a Misericórdia, João Paulo II explica isto
muito bem. Também neste ponto, podemos, pela oração, ajudar muito -as almas que estão em perigo
de se perderem. Eis mais um testemunho de Maria: Um dia, eu viajava de comboio e no meu
compartimento encontrava-se um homem que não parava de falar contra a Igreja, contra os padres, até
contra Deus. Eu disse-lhe: o senhor não tem o direito de dizer isso. Não está certo. Ao chegar, descendo
os dois degraus do comboio, eu disse a Deus, simplesmente: Senhor, que esta alma não se perca. Anos
mais tarde, a alma deste homem veio-me visitar. Contou-me que ele passou muito perto do Inferno e
que foi salvo simplesmente pela oração que eu havia feito naquele momento. É impressionante ver
como um simples impulso do coração pode impedir alguém de cair no Inferno. Vai-se ao Inferno por
orgulho, quando se obstina voluntariamente no não a Deus. A nossa oração pode suscitar um ato de
humildade naquele que morre, e um só impulso de humildade, por menor que seja, pode livrá-lo do
Inferno.
Ir.Em. – Maria, como se pode chegar -ao ponto de dizer um completo não a Deus, no momento da
morte, mesmo quando O vemos?
M.S. – Um homem disse-me, por exemplo, que ele não queria ir para o Céu, porque Deus aceita as
injustiças. Eu disse-lhe que assim eram os homens e não Deus. Ele dizia: Espero não encontrar Deus
depois da minha morte, de contrário, matá-lo-ei com um machado. Ele tinha um profundo ódio a Deus.
Deus permite ao homem que escolha livremente. Deus concede-lhes, durante a vida na Terra e na hora
da morte, graças suficientes para se converterem, mesmo depois de uma vida passada nas trevas. Se
Lhe pedem perdão, com lealdade, certamente se podem salvar. Sobre este assunto, interroguei Vicka,
uma vidente de Medjugorje, que viu o Inferno. Ela disse-me que vão para o Inferno somente aqueles
que, com toda a liberdade, decidem ir para lá. Não é Deus quem os manda para o Inferno; ao contrário,
Deus suplica à alma que acolha a Sua Misericórdia. O pecado contra o Espírito Santo, do qual fala Jesus
e que não é perdoado, é a recusa radical da Misericórdia e isto em plena luz, em plena consciência.
Ir.Em. – Jesus disse que é difícil para um rico entrar no Reino dos céus. Viu casos semelhantes?
M.S. – Se fizerem obras de caridade, se amarem, os ricos podem, tanto quanto os pobres, chegar ao
Céu.
Ir.Em. – Atualmente, você ainda recebe visitas das almas do Purgatório?
M.S. – Sim, duas ou três vezes por semana.
Ir.Em. – Que pensa das práticas de espiritismo? Por exemplo, quando se invocam os espíritos dos mortos,
se fazer rodar mesas, etc.?
M.S. – Isso não é bom. É sempre o Maligno, é o Diabo que faz mexer as mesas.
Ir.Em. – Que diferença há entre o seu convívio com as almas dos defuntos e as práticas do espiritismo?
M.S. Não se deve chamar as almas, eu não procuro a sua vinda. No espiritismo, provocam-nas, invocamnas. Esta diferença é muita clara e devemos considerá-la com muita seriedade. Se tivessem que crer
somente numa das coisas das que digo, gostaria que fosse isto: as pessoas que praticam o espiritismo
(rodar mesas, ou outras práticas deste género) pensam que chamam as almas dos defuntos. Na
realidade, se alguma reação recebem do seu apelo, é sempre, e sem nenhuma exceção, Satanás e os
seus anjos que respondem. Aqueles que praticam espiritismo, fazem coisas muitíssimo perigosas
(adivinhações, feitiçarias,… etc.) tanto para eles próprios, como para as pessoas que a eles se dirigem
para pedir conselho. Eles estão completamente afundados na mentira. É formalmente proibido invocar
os mortos Algumas referências bíblicas: Deut 18, 10-14: «Quando entrares na terra que o Senhor, teu
Deus, te há-de dar, não imites as abominações daquelas gentes. Ninguém no teu meio faça passar pelo
fogo o seu filho ou a sua filha; ou se dê a encantamentos, aos augúrios, à adivinhação, à magia, ao
feiticismo, ao espiritismo, aos sortilégios, à evocação dos mortos, PORQUE O SENHOR TEU DEUS
ABOMINA AQUELES QUE SE DÃO A ESSAS PRÁTICAS… E é por causa dessas abominações que o SENHOR,
Teu Deus, expulsa diante de ti essas nações. Serás inteiramente do SENHOR, Teu Deus. As nações que
vais despojar, ouvem os agoureiros e os adivinhos; A TI, PORÉM, O SENHOR, TEU DEUS, NÃO O PERMITE.
Lev 19,31: Não vos dirijais aos espíritas nem aos adivinhos: não os consulteis, para que não sejais
contaminados por eles. Eu sou o SENHOR, Vosso Deus. Lev 20,27: Qualquer homem ou mulher que evocar
os espíritos ou fizer adivinhações, será morto. Serão apedrejados, e levarão a sua culpa. Lev 19,1: O
SENHOR disse a Moisés: Dirás a toda a assembleia de Israel o seguinte: Sede santos, porque Eu, o Senhor
Vosso Deus, SOU SANTO. Outros textos: 2Reis 23,4; 2Reis 23,24-25; Col 2,15-18; Col 2,8-10; Actos 19,19;
Ef 6,12 De minha parte, nunca chamei as almas dos mortos, não as chamo e nunca as chamarei. É
somente Deus que permite o que me acontece. É certo que Satanás pode imitar tudo o que vem de
Deus, e ele fá-lo. Pode imitar a voz dos defuntos, pode imitar a sua aparência, mas, qualquer que seja a
sua manifestação, isso vem SEMPRE do Maligno. Não se esqueçam que Satanás pode até curar, mas estas
curas são passageiras.
Ir.Em. – Já foi enganada pessoalmente por falsas aparições? Por exemplo, o Diabo que se tenha
disfarçado em alma do Purgatório para lhe falar?
M.S. – Sim, uma vez uma alma veio ver-me e disse: Não aceites a alma que virá depois de mim, pois ela
vai-te pedir enormes sofrimentos e não poderás fazer o que ela te pedir Fiquei perturbada, pois
lembrava-me do que o pároco havia dito: que eu deveria aceitar cada alma, com generosidade. Então,
realmente, estava a ser provada quanto à obediência. Naquele momento eu interroguei-me se não se
tratava de um Demónio e não de uma alma do Purgatório. Por isso, disse à alma: Se és o Demónio, vai-te
daqui. No mesmo instante, ele deu um grande grito e desapareceu. Na verdade, a alma que veio depois
dela era uma alma que realmente tinha necessidade da minha ajuda.
Ir.Em. – Quando o Demónio aparece, a água benta fá-lo fugir?
M.S. – Sim!
Ir.Em. – Você é muito conhecida agora, sobretudo na Alemanha e em toda a Europa. No início, ficou
escondida. Como é que, de um dia para outro, as pessoas reconheceram que as suas experiências
sobrenaturais eram autênticas?
M.S. – Quando as almas me pediram que prevenisse as suas famílias de que deveriam devolver bens mal
adquiridos. Viram então que o que eu dizia era verdade. Com efeito, em muitas ocasiões, as almas
vieram ao encontro de Maria para lhe dizer: Vá a tal lugar, e diga a meu pai, a meu irmão que deve
devolver tal propriedade, tal soma de dinheiro, que adquiri de tal modo, pois não serei libertada do
Purgatório enquanto este bem mal adquirido não for devolvido. Maria recebia indicações exatas e as
famílias ficavam admiradas pois, muitas vezes, elas mesmas, ignoravam esses detalhes. Foi a partir de
então que ela ficou a ser muito conhecida.
Ir.Em. – Há um reconhecimento oficial da Igreja diante do carisma particular que você possui junto das
almas do Purgatório e junto dos que são tocados pelo seu apostolado?
M.S. – O meu bispo disse-me que, enquanto não houver erro teológico, devo continuar. Ele está de
acordo. O pároco da minha paróquia, que é também meu diretor espiritual, confirma estas coisas.
Ir.Em. – Você fez tanto pelas almas do Purgatório que, certamente, por sua vez, quando morrer,
milhares de almas lhe farão uma escolta até ao Céu! Imagino que você não terá que passar pelo
Purgatório!
M.S. – Não creio que eu vá para o Céu sem o Purgatório, pois, como recebi mais luz, mais conhecimento
que outros, as minhas faltas são por isso mais graves. Mas, mesmo assim, espero que as almas me
ajudem a subir ao Céu!
Ir.Em. – Está contente por ter este carisma, ou são-lhe pesados todos esses pedidos da parte das almas?
M.S. – Não me queixo das dificuldades, pois sei que posso ajudá-las muito! Sinto-me feliz por poder
ajudar muito as almas.
Ir.Em. – Muito obrigada por este belo testemunho que nos deu. Poderia contar-nos, em duas palavras, a
sua vida?
M.S. – Eu queria entrar para o convento ainda muito pequena, mas a minha mãe pediu-me que esperasse
até completar 20 anos. Não queria casar A minha mãe falava-me muito das almas do Purgatório e, já
durante a escola, estas almas ajudaram-me muito. Sentia-me na obrigação de fazer tudo por elas. Eu
pensava ir para o convento, ao terminar a escola. Entrei para as irmãs do Coração de Jesus, mas elas
disseram-me que a minha saúde era fraca demais para ficar com elas, Com efeito, quando era criança,
tinha tido pneumonia e pleurisia. A superiora confirmou a minha vocação religiosa, mas aconselhou-me
a esperar alguns anos e entrar para uma ordem menos austera. Eu queria principalmente uma ordem de
clausura, sem demora. Depois de duas novas tentativas, a conclusão era a mesma: a minha saúde era
fraca demais. Concluí que entrar para o convento não era a vontade do Senhor para mim. Pensando que
o Senhor não me mostrava o que queria de mim, sofri muito moralmente, até ao momento em que Ele
me confiou esta missão em favor das almas do Purgatório; tinha então a idade de 25 anos. Ele fez-me
esperar oito anos. Em casa, éramos oito filhos, eu trabalhava na nossa quinta desde a idade de 15 anos;
depois fui para a Alemanha, como empregada doméstica na casa de um camponês; depois voltei a
trabalhar aqui no campo. A partir dos 25 anos, quando as almas começaram a aparecer-me e tive que
sofrer muito por elas, então a minha saúde melhorou bastante. O seu relato termina aqui. Mas, tendo
lido também o relato sobre a vida de Maria Simma, pelo Pe. Afonso Matt (seu diretor espiritual),
podemos juntar estas informações. Entregou a sua virgindade à Virgem Santíssima e fez a consagração a
Nossa Senhora sobretudo em favor dos defuntos ; consagrou-se também a Deus como alma vítima, alma
de amor e de expiação. O pároco diz que em diferentes ocasiões, ela ofereceu-se como vítima para
ajudar os defuntos, através dos sofrimentos voluntários e às vezes terríveis, graças aos quais diminuiu as
penas de muitas almas. Oferecia a Deus orações contínuas, Missas e penitências. Depois da morte de seu
pai, em 1947, vive sozinha na sua casa paterna e, para prover às suas necessidades, continuou a cultivar
o seu pequeno jardim. Vive pobremente, ajudada por pessoas caritativas. Se alguém lhe oferece
dinheiro, dá tudo à Paróquia para a celebração de Missas, para obras de caridade, e sobretudo para as
Missões. A ação de Maria Simma não é somente a de ajudar os defuntos, mas também promover a ajuda
dos vivos às almas do Purgatório e aos moribundos. Eis aqui mais algumas das suas notas. Não serve de
nada lamentar-se sobre os tempos em que vivemos. Os pais não ajudam os filhos ao satisfazerem todos
os seus desejos, dando-lhes tudo o que eles querem, simplesmente para os contentar e deixar de os
ouvir gritar O orgulho pode desta maneira tomar raízes no coração da criança. Mais tarde, quando a
criança começa a ir à escola, não sabe nem recitar o Pai Nosso nem fazer o sinal da Cruz. Por vezes, até
nem sabe nada acerca de Deus. Ensinai as crianças a fazer sacrifícios! Por que é que existe hoje esta
indiferença religiosa? Esta decadência moral? Porque as crianças não aprenderam a renunciar aos seus
caprichos. Elas tornam-se mais tarde descontentes e sem discernimento, querem tornar parte em tudo e
ter de tudo em abundância. Isto causa desvios sexuais. Aquele que não aprendeu desde a infância a
dominar-se, torna-se egoísta, sem amor, tirânico. É por isso que hoje há tanto ódio e falta de caridade.
Queremos viver tempos melhores? Comecemos pela educação das crianças. Peca-se muito contra o amor
ao próximo, sobretudo pela maledicência, o engano e a calúnia. Onde é que estas começam? No
pensamento. É preciso que ensinemos estas coisas desde a infância e que afastemos imediatamente os
pensamentos contrários à caridade. Combatamos então imediatamente todos os pensamentos contra a
caridade, e, assim, nunca julgaremos os outros sem caridade. Para todos os católicos o apostolado é um
dever. Alguns praticam-no pela sua profissão, outros pelo bom exemplo. A preocupação da alma não
deve ser sufocada pelo cuidado exagerado do corpo Foi realmente uma alegria conhecer Maria Simma,
uma mulher cuja vida é inteiramente doada. Cada segundo, cada hora da sua vida tem um peso de
eternidade, não somente para ela própria, mas para tantas almas conhecidas ou desconhecidos que
ajudou de maneira diferente, mas com o mesmo amor a libertarem-se do Purgatório e a alcançarem a
felicidade eterna no Céu. Uma proposta para todos Agora, tenho uma proposta para fazer a cada um:
poderíamos todos tomar a decisão de não ir para o Purgatório! E perfeitamente possível, temos tudo nas
mãos para o fazer. Lembro-me das palavras de São João da Cruz. Ele diz que a Providência Divina
fornece sempre a cada um, durante a vida terrena, as purificações necessárias para lhe permitir ir
diretamente para o Céu, ao morrer. A Providência coloca nas nossas vidas contrariedades suficientes,
lutas, sofrimentos, doenças, para que todas estas purificações, se as aceitamos, bastem para nos levar
diretamente para o Céu. Por que motivo isto não acontece a tantas almas? Porque nós nos revoltamos,
não as aceitamos com amor, com gratidão, como presentes na nossa vida, e pecamos por revolta, por
insubmissão às ofertas da Providência. Peçamos ao Senhor a graça de nos servirmos de cada uma dessas
ocasiões, para que, na hora da morte, Ele nos veja resplandecentes de pureza e beleza. Se tomarmos
esta decisão, não digo que o caminho seja fácil. O Senhor nunca prometeu facilidades! Mas este
caminho será vivido na paz e conduzir-nos-á à felicidade. O Senhor estará sempre connosco. Sobretudo,
aproveitemos o tempo que nos resta na Terra, tempo tão precioso, durante o qual nos é ainda possível
crescer no amor; e crescer no amor quer dizer fazer crescer a nossa glória na vida futura. A cada
instante podemos crescer no amor, enquanto as almas do Purgatório não podem fazê-lo, é tarde demais
para elas. Até os Anjos invejam este nosso poder enquanto estamos na Terra! Cada ato de amor que
oferecemos ao Senhor, cada pequena renúncia, cada jejum, cada pequena privação, cada combate
contra as nossas tendências, os nossos defeitos, ou ainda, cada perdão aos nossos inimigos, todas as
pequenas coisas que Lhe podemos oferecer, serão para nós um ornamento, uma joia, um verdadeiro
tesouro para a eternidade. Então, recolhamos cada uma dessas ocasiões para nos tomarmos tão belos
quanto Deus, na Sua presciência, deseja que sejamos. Se víssemos, em plena luz, o esplendor da alma
pura, choraríamos de alegria. Diante de Deus, é esplêndida uma alma em estado de graça; é por isso
que Deus nos deseja perfeitamente puros! Perfeitamente! A nossa pureza não está no facto de nunca
termos cometido erros durante a vida, mas no nosso arrependimento diante dos erros cometidos, com
toda a humildade. Isto é muito diferente. Os Santos não são pessoas sem pecado, mas sobretudo as que
sabem levantar-se e pedir perdão cada vez que caem. O Cura d Ars dizia: Os Santos não começaram
todos bem, mas todos terminaram bem. Acolhamos, também nós, os maravilhosos meios que o Senhor
coloca à nossa disposição para ajudar as almas que estão à espera de possuí-l O, que suspiram por este
Deus já entrevisto e que será a sua felicidade eterna. Não nos esqueçamos de que a oração das crianças
tem um poder imenso sobre o coração de Deus. Ensinemos-lhes a oração, elas tomarão a peito as almas
do Purgatório. Eu lembro-me de uma menina a quem tinha falado a respeito das almas. Ao terminar,
disse-lhe: Agora rezarás, pelas almas de todos os teus parentes, de todos os teus amigos que já estão
mortos. Queres ir diante de Jesus para Lhe pedires por elas? Ela foi a Jesus, e voltou cinco minutos
depois. Então perguntei-lhe: O que foi que pediste? E ela respondeu: Eu pedi a libertação de todas as
almas do Purgatório. Esta resposta tocou-me profundamente, porque eu tinha sido um pouco mesquinha
no meu pedido. A menina, ao contrário, tinha compreendido imediatamente o que era preciso pedir. As
criancinhas na verdade têm uma confiança pronta, Eis porque obtêm tanto de Deus. – Falemos também
dos aposentados e de todos os que têm tempo disponível; se fossem muitas vezes à Missa… que tesouros
de graças acumulariam, não somente para eles mesmos, mas também para os seus defuntos e para
milhares de almas. O valor de uma só Missa é incalculável. Se apenas pudéssemos compreendê-lo!
Quantas riquezas desperdiçamos por causa da nossa ignorância, da nossa indiferença ou simplesmente
da nossa preguiça! É dizer que temos ao nosso alcance o poder de salvar os nossos irmãos, tornando-nos
assim coredentores, unidos a Jesus, Nosso Salvador e Redentor!…

 

ORAÇÕES PELOS DEFUNTOS

 

A nossa oração por eles não só os ajuda, mas também pode tornar eficaz a sua intercessão em nosso
favor (Catecismo da Igreja Católica, nº 958) (II Macabeus 12, 43-46) Que a Vossa Santa Mãe, Mãe de
Misericórdia; São Miguel e os Anjos me assistam e me protejam contra todas as tentações, no momento
em que deverei deixar este mundo. Que eles me consolem e me fortifiquem no meio dos tormentos.
Concedei-me, Senhor, nesta hora, uma fé viva, uma firme confiança, um amor ardente, e uma grande
paciência. Fazei que, plenamente consciente, eu me entregue em Vossas mãos e me abandone, como
uma criancinha, na Vossa Santa Paz. Na Vossa infinita bondade, na Vossa grande misericórdia, ó Jesus,
lembrai-vos de mim! Amen. Oração ao Coração Divino de Jesus Ó Coração Divino de Jesus, concedei-me
a graça de viver sempre segundo a Vossa Vontade, nas horas mais belas, nas mais alegres, nas mais
importantes da minha vida, como nos momentos difíceis. Concedei-me estar sempre pronto para a
última hora. Dai-me a coragem de dar tudo por Vosso amor, até a minha vida, se for necessário. Ó
Jesus, pela Vossa santa e dolorosa Paixão, fazei que, à Vossa vinda na hora da minha morte, me
encontreis vigiando, como um servo fiel, como um verdadeiro penitente depois de uma boa confissão e
tendo recebido os últimos sacramentos. Ó Senhor, não me abandoneis no meu último combate na terra,
quando deverei lutar contra Satanás, talvez enfurecido. A Providência coloca nas nossas vidas
contrariedades suficientes, lutas, sofrimentos, doenças, para que todas estas purificações, se as
aceitamos, bastem para nos levar diretamente para o Céu. Por que motivo isto não acontece a tantas
almas? Porque nós nos revoltamos, não as aceitamos com amor, com gratidão, como presentes na nossa
vida, e pecamos por revolta, por insubmissão às ofertas da Providência. Peçamos ao Senhor a graça de
nos servirmos de cada uma dessas ocasiões, para que, na hora da morte, Ele nos veja resplandecentes
de pureza e beleza. Se tomarmos esta decisão, não digo que o caminho seja fácil. O Senhor nunca
prometeu facilidades! Mas este caminho será vivido na paz e conduzir-nos-á à felicidade. O Senhor
estará sempre connosco. Sobretudo, aproveitemos o tempo que nos resta na Terra, tempo tão precioso,
durante o qual nos é ainda possível crescer no amor; e crescer no amor quer dizer fazer crescer a nossa
glória na vida futura. A cada instante podemos crescer no amor, enquanto as almas do Purgatório não
podem fazê-lo, é tarde demais para elas. Até os Anjos invejam este nosso poder enquanto estamos na
Terra! Cada ato de amor que oferecemos ao Senhor, cada pequena renúncia, cada jejum, cada pequena
privação, cada combate contra as nossas tendências, os nossos defeitos, ou ainda, cada perdão aos
nossos inimigos, todas as pequenas coisas que Lhe podemos oferecer, serão para nós um ornamento,
uma joia, um verdadeiro tesouro para a eternidade. Então, recolhamos cada uma dessas ocasiões para
nos tomarmos tão belos quanto Deus, na Sua presciência, deseja que sejamos. Se víssemos, em plena
luz, o esplendor da alma pura, choraríamos de alegria. Diante de Deus, é esplêndida uma alma em
estado de graça; é por isso que Deus nos deseja perfeitamente puros! Perfeitamente! A nossa pureza
não está no facto de nunca termos cometido erros durante a vida, mas no nosso arrependimento diante
dos erros cometidos, com toda a humildade. Isto é muito diferente. Os Santos não são pessoas sem
pecado, mas sobretudo as que sabem levantar-se e pedir perdão cada vez que caem. O Cura d Ars dizia:
Os Santos não começaram todos bem, mas todos terminaram bem. Acolhamos, também nós, os
maravilhosos meios que o Senhor coloca à nossa disposição para ajudar as almas que estão à espera de
possuí-l O, que suspiram por este Deus já entrevisto e que será a sua felicidade eterna. Não nos
esqueçamos de que a oração das crianças tem um poder imenso sobre o coração de Deus.                                                                                                                                                                          Ensinemos lhes a oração, elas tomarão a peito as almas do Purgatório. Eu lembro-me de uma menina a quem tinha
falado a respeito das almas. Ao terminar, disse-lhe: Agora rezarás, pelas almas de todos os teus
parentes, de todos os teus amigos que já estão mortos. Queres ir diante de Jesus para Lhe pedires por
elas? Ela foi a Jesus, e voltou cinco minutos depois. Então perguntei-lhe: O que foi que pediste? E ela
respondeu: Eu pedi a libertação de todas as almas do Purgatório. Esta resposta tocou-me
profundamente, porque eu tinha sido um pouco mesquinha no meu pedido. A menina, ao contrário,
tinha compreendido imediatamente o que era preciso pedir. As criancinhas na verdade têm uma
confiança pronta, Eis porque obtêm tanto de Deus. – Falemos também dos aposentados e de todos os
que têm tempo disponível; se fossem muitas vezes à Missa… que tesouros de graças acumulariam, não
somente para eles mesmos, mas também para os seus defuntos e para milhares de almas. O valor de
uma só Missa é incalculável. Se apenas pudéssemos compreendê-lo! Quantas riquezas desperdiçamos por
causa da nossa ignorância, da nossa indiferença ou simplesmente da nossa preguiça! É dizer que temos
ao nosso alcance o poder de salvar os nossos irmãos, tornando-nos assim coredentores, unidos a Jesus,
Nosso Salvador e Redentor!…

 

ORAÇÕES PELOS DEFUNTOS

 

A nossa oração por eles não só os ajuda, mas também pode tornar eficaz a sua intercessão em nosso
favor (Catecismo da Igreja Católica, nº 958) (II Macabeus 12, 43-46) Que a Vossa Santa Mãe, Mãe de
Misericórdia; São Miguel e os Anjos me assistam e me protejam contra todas as tentações, no momento
em que deverei deixar este mundo. Que eles me consolem e me fortifiquem no meio dos tormentos.
Concedei-me, Senhor, nesta hora, uma fé viva, uma firme confiança, um amor ardente, e uma grande
paciência. Fazei que, plenamente consciente, eu me entregue em Vossas mãos e me abandone, como
uma criancinha, na Vossa Santa Paz. Na Vossa infinita bondade, na Vossa grande misericórdia, ó Jesus,
lembrai-vos de mim! Ámen. Oração ao Coração Divino de Jesus Ó Coração Divino de Jesus, concedei-me
a graça de viver sempre segundo a Vossa Vontade, nas horas mais belas, nas mais alegres, nas mais
importantes da minha vida, como nos momentos difíceis. Concedei-me estar sempre pronto para a
última hora. Dai-me a coragem de dar tudo por Vosso amor, até a minha vida, se for necessário. Ó
Jesus, pela Vossa santa e dolorosa Paixão, fazei que, à Vossa vinda na hora da minha morte, me
encontreis vigiando, como um servo fiel, como um verdadeiro penitente depois de uma boa confissão e
tendo recebido os últimos sacramentos. Ó Senhor, não me abandoneis no meu último combate na terra,
quando deverei lutar contra Satanás, talvez enfurecido.

Salmo 129

Do profundo abismo chamo por Vós, Senhor: * Senhor, escutai a minha voz. Estejam vossos ouvidos
atentos * à voz da minha súplica. Se tiverdes em conta as nossas faltas, * Senhor, quem poderá salvarse? 

– Mas em Vós está o perdão, * para serdes temido com reverência. Eu confio no Senhor, * a minha
alma confia na sua palavra. A minha alma espera pelo Senhor * mais do que as sentinelas pela aurora.
Mais do que as sentinelas pela aurora, * Israel espera pelo Senhor, Porque no Senhor está a misericórdia
* e com Ele abundante redenção. Ele há-de libertar Israel * de todas as suas faltas.

 

O Pai Nosso de Santa Matilde pelas almas do Purgatório

 

PAI NOSSO QUE ESTAIS NO CÉU nós Vos pedimos humildemente: Pai Eterno, Benevolente e
Misericordioso, que perdoeis às almas do Purgatório, por não Vos terem amado n honra que

 Vos é devida, a Vós, Seu Senhor e Pai, que por pura graça as adotastes como Vossos filhos.
Pelo contrário, por causa dos pecados, fecharam os seus corações onde Vós queríeis habitar para
sempre. Em reparação destas faltas, ofereço-vos o amor, a veneração que o Vosso Filho Incarnado Vos
testemunhou ao longo da Sua vida terrestre e ofereço-vos todos os atos de penitência e de reparação
que Ele cumpriu e pelos quais apagou e expiou os pecados dos homens,


SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME Peço-Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso,
perdoai às almas do Purgatório, por não terem honrado dignamente o Vosso Santo Nome: elas
pronunciaram- No muitas vezes distraidamente e tornaram-se indignas do nome de cristãos pela sua vida
de pecado. Em reparação das faltas que cometeram, ofereço-vos toda a honra que o Vosso Filho Bem Amado

 rendeu ao Vosso Nome, por palavras e atos ao longo de toda a Sua vida terrestre.


VENHA A NÓS O VOSSO REINO Peço-Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso,
perdoai às almas do Purgatório porque não procuraram nem desejaram o Vosso Reino, com intenso
fervor e empenho, este Reino que é o único lugar onde reina o verdadeiro repouso e a paz eterna. Em
reparação pela indiferença em fazer o bem, ofereço- Vos o desejo do Vosso Divino Filho através do qual
Ele quis ardentemente torná-las, a elas também, herdeiras do Seu Reino.


SEJA FEITA A VOSSA VONTADE ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU Peço-Vos humildemente, Pai Eterno,
Benevolente e Misericordioso, perdoai às almas do Purgatório por não se terem sempre submetido com
devoção à Vossa Vontade. Elas não procuraram cumprir a Vossa Vontade em todas as coisas e muitas
vezes cederam e agiram fazendo unicamente a sua própria vontade. Em reparação da sua
desobediência, ofereço-vos a perfeita conformidade do Coração cheio de amor do Vosso Filho à Vossa
Santa Vontade e a submissão total que Ele Vos testemunhou obedecendo-vos até à Sua Morte na Cruz.


O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE Peço-Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e
Misericordioso, perdoai às almas do Purgatório, por não terem recebido sempre o Santo Sacramento da
Eucaristia com intenso desejo. Receberam-No muitas vezes sem recolhimento, sem amor, ou
indignamente ou mesmo negligenciando recebê-lo. Em reparação de todas estas faltas que cometeram,
ofereço-vos a plena santidade e o grande recolhimento de Nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Divino Filho,
bem como o ardente amor, através dos quais nos ofereceu este dom incomparável.


PERDOAI-NOS AS NOSSAS OFENSAS ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS A QUEM NOS TÊM OFENDIDO.

 Peço Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso, perdoai às almas do Purgatório todas as
faltas de que se tornaram culpadas sucumbindo aos sete pecados capitais e também quando não
quiseram amar, nem perdoar, aos seus inimigos. – Em reparação de todos estes pecados, ofereço-vos a
oração cheia de amor que Vosso Divino Filho Vos dirigiu em favor dos seus Inimigos quando estava na
Cruz.


E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO Peço-Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e
Misericordioso, perdoai às almas do Purgatório, porque muitas vezes não resistiram às tentações e
paixões, mas seguiram o Inimigo de todo o bem e abandonaram-se às fraquezas da carne. Em reparação
de todos estes pecados em múltiplas formas, dos quais se reconhecem culpadas, ofereço-vos a gloriosa
Vitória que Nosso Senhor Jesus Cristo trouxe ao mundo assim como a sua Vida Santíssima, o Seu trabalho
e penas, o Seu sofrimento e a Sua Morte crudelíssima.


MAS LIVRAI-NOS DO MAL Peço-Vos humildemente Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso, livrai-nos
de todos os flagelos, pelos méritos do Vosso Filho Bem-Amado e conduzi-nos, bem como às almas do
Purgatório, ao Vosso Reino de Glória eterna que se identifica convosco. Assim seja!

 

COROA PELAS ALMAS DO PURGATÓRIO
 

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
1. Meu Jesus, pelo abundante suor de sangue que derramastes no jardim de Getsémani, tende piedade
das almas dos meus antepassados mais queridos que sofrem no Purgatório.
Pai Nosso, Avé Maria
Que as almas dos fiéis defuntos pela misericórdia divina, descansem em paz. Ámen.


2. Meu Jesus, pelas humilhações e troças que sofrestes diante dos tribunais até ser esbofeteado,
maltratado pelo povo e banido como um malfeitor, tende piedade das almas dos nossos defuntos que no
Purgatório esperam para serem glorificados no vosso Reino.
Pai Nosso, Avé Maria
Que as almas dos fiéis defuntos pela misericórdia divina descansem em paz. Ámen.


3. Meu Jesus, por esta coroa de agudos espinhos que trespassaram a Vossa Santa Face, tende piedade da
alma mais abandonada e sem socorro, e daquela que está mais longe de ser liberta do Purgatório.
Pai Nosso, Avé Maria
Que as almas dos fiéis defuntos pela misericórdia divina descansem em paz. Ámen.

 

4. Meu Jesus, pelos dolorosos passos que destes com a cruz sobre os ombros, tende piedade da alma que
está mais próxima de ser liberta do Purgatório, e pelas dores que sofrestes com vossa Santa Mãe no
encontro no caminho do Calvário, livrai das penas do Purgatório as almas que foram fiéis a esta Mãe
bem amada. Pai Nosso, Avé Maria Que as almas dos fiéis defuntos pela misericórdia divina descansem
em paz. Ámen.


5. Meu Jesus, pelo vosso Santíssimo Corpo estendido sobre a cruz, pelos vossos Pés e Mãos trespassados
pelos cravos, pela morte cruel e pelo vosso Santíssimo Lado aberto pela lança, tende piedade das almas
sofredoras e aceitai-as na vossa doce companhia no Paraíso. Pai Nosso, Avé Maria Que as almas dos fiéis
defuntos pela misericórdia divina descansem em paz. Ámen.

 

 

AS SANTAS CHAGAS PELAS ALMAS DO PURGATÓRIO
 

São promessas feitas por Jesus à irmã Maria Marta Chambon (184 1-1921), humilde irmã conversa da
Visitação de Santander, falecida em odor de santidade. Filha de pobres camponeses, entrou em 1864
para o Mosteiro, onde foi conversa até à morte. Trabalhou toda a sua vida no refeitório e no pensionato.
Depois de uma visão do Crucificado jorrando sangue, consagrou-se ao culto das Santas Chagas, das quais
teve impressionantes visões todos os dias. Em 1875, recebeu os estigmas. 1 – Darei tudo o que Me
pedirem pela invocação das minhas Santas Chagas, devoção que deve ser divulgada. 2 – Em verdade,
esta oração não vem da terra mas do Céu… e ela pode tudo obter. 3 – As minhas Santas Chagas sustêm
o mundo. Pedi-Me para as amardes sempre, porque elas são fontes de graça. Devem ser invocadas
muitas vezes e a elas atrair o nosso próximo para imprimir em seu coração a devoção para com as
almas. 4 – Quanto estiverdes a sofrer de dores, trazei-as imediatamente às minhas Chagas e sereis
aliviados. 5 – Repeti esta invocação muitas vezes junto dos doentes: Meu Jesus, perdoai-me e tende
piedade de mim, pelos méritos das Vossas Santas Chagas. Esta oração elevará a alma e o corpo. 6 – O
pecador que diga: Pai Eterno, ofereço-vos as Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo, para curar as das
nossas almas, obterá a conversão. 7 – As minhas Chagas suavizarão as vossas. 8 – A alma que morra nas
minhas Chagas, não conhecerá a morte; elas dão a verdadeira vida. 9 – A cada palavra desta Coroa da
Misericórdia deixo cair uma gota do Meu Sangue sobre a alma de um pecador. 10 – A alma que honrar as
minhas Santas Chagas as oferecer ao Pai Eterno pelas almas do Purgatório será acompanhada na sua
morte pela Santíssima Virgem e pelos Anjos, e Eu, resplandecente de glória recebê-la-ei para a coroar.
11 – As Santas Chagas são o tesouro dos tesouros para as almas do Purgatório. 12 – A devoção as Minhas
Santas Chagas é i remédio para este tempo de iniquidade. 13 Das Minhas Santas Chagas vêm frutos de
santidade. Meditando nelas, encontrareis sempre aí um novo alimento para o vosso amor.

 

NÃO ESQUEÇAIS AS INDULGÊNCIAS
 

A Igreja nossa Mãe tem maravilhosos tesouros de reserva para nós. Vejamo-los mais de perto! Por meio
das indulgências, os fiéis podem obter para si próprios, e também para as almas do purgatório, a
remissão das penas temporais, consequência do pecado (Catecismo da Igreja Católica, 1498) O QUE É
UMA INDULGÊNCIA? Eis o que diz o Catecismo da Igreja Católica: A indulgência é a remissão, perante
Deus, da pena temporal, devida pelos pecados, dos quais a falta já está apagada, remissão que o fiel
bem disposto obtém em certas condições determinadas pela ação da Igreja, a qual, como distribuidora
da Redenção, distribui e aplica pela sua autoridade o tesouro dos méritos de Cristo e dos Santos. A
indulgência é parcial ou plenária, segundo liberta parcial ou totalmente da pena temporal, devida pelos
pecados ( 1471). Jesus deu aos Seus discípulos e portanto à Sua Igreja, o poder de ligar e de desligar. Ao
longo dos séculos, de formas diferentes, a Igreja utilizou este instrumento da misericórdia divina a favor
dos vivos e dos mortos. Na nossa época, tudo o que diz respeito às indulgências foi revisto pelo Papa
Paulo VI. Tudo isso está recolhido no Manual das Indulgências, Regras e Concessões, publicadas a 29 de
Junho de 1968 (Livraria Vaticano). O fim da Autoridade eclesiástica para a distribuição das indulgências,
é não somente o de ajudar os fiéis a expiar as penas devidas pelo pecado, mas também incitá-los a fazer
actos de piedade, de penitência e de caridade, especialmente os que fazem crescer na fé e favorecem o
bem comum. Se os fiéis oferecem as indulgências pelos defuntos, cultivam excelentemente a caridade
e, enquanto elevam o seu espírito ao Céu, dispõem com mais sabedoria as coisas materiais. Mesmo
sendo bens gratuitos, as indulgências são dadas, quer para os vivos, quer para os defuntos, somente em
condições particulares… o fiel deve amar a Deus, detestar o pecado, pôr a sua confiança nos méritos
de. Cristo e acreditar firmemente na grande ajuda que lhe vem da comunhão dos santos Depois da
reforma, toda a distinção de dias, meses e anos foi abolida; as indulgências distinguem-se somente
entre plenárias e parciais. Vejamos algumas outras regras: Ninguém pode dar as indulgências que ganha
a outras pessoas vivas. As indulgências parciais ou plenárias podem sempre ser oferecidas pelos mortos.
O fiel que utiliza com devoção um objeto de piedade (cruz, rosário, escapulário, medalha), benzido por
um padre, pode ganhar uma indulgência parcial. Se este objeto foi benzido pelo Papa ou por um bispo,
o fiel que o utilizou com devoção, pode ganhar uma indulgência plenária na solenidade dos santos
Apóstolos Pedro e Paulo, acrescentando o Credo na sua forma legítima. A importância dos objetos
religiosos santos foi confirmada recentemente pelo Catecismo da Igreja Católica (476, 477, 1159-1162,
2129-2132) A indulgência plenária pode ser ganha uma vez por dia. A indulgência parcial, pelo contrário,
pode ser ganha várias vezes por dia, salvo uma indicação explícita ao contrário. Para ganhar a
indulgência plenária é preciso não somente excluir toda a afeição a todo o pecado, mesmo venial, mas
também cumprir a obra requisitada pela indulgência e satisfazer três condições: confissão sacramental,
comunhão eucarística e oração pelas intenções do Papa. Esta última condição da indulgência consiste na
recitação, pelas intenções do Papa, de um Pai Nosso e de uma Avé Maria. Todavia, os fiéis têm
liberdade de fazer outra oração, seguindo a sua própria piedade e devoção.

 

A NOVA REFORMA CONCEDE TRÊS PRIVILÉGIOS:


1) A indulgência parcial é concedida ao fiel que, cumprindo os seus deveres e suportando as
adversidades da vida, eleva com humildade e confiança a sua alma para Deus e junta mentalmente uma
piedosa invocação.
2) A indulgência parcial é concedida ao fiel que, com fé e misericórdia se coloca ou os seus bens ao
serviço dos irmãos que têm necessidade de ajuda.
3) A indulgência parcial é concedida ao fiel que, num espírito de penitência e de sacrifício, se priva
espontaneamente de uma coisa legítima.
Pode-se ganhar a indulgência plenária nas seguintes ocasiões: – Adoração do Santíssimo Sacramento,
durante pelo menos meia hora; – Recitação do Rosário mariano na Igreja, na família ou na Comunidade;
– participação na Via Sacra; – leitura da Sagrada Escritura durante ao menos meia hora; – visita de uma
igreja no dia 1 de Novembro do meio-dia ao dia 2 de Novembro à meia-noite, pela intenção dos
defuntos; – visita a um cemitério entre o dia 1 e 8 de Novembro, rezando pela intenção dos defuntos.
Pode ganhar-se uma indulgência plenária em cada um destes oito dias; – participação numa Missa
solene, de uma primeira comunhão ou da primeira Missa de um padre ou pelo jubileu sacerdotal de 25,
50 ou 60 anos; – renovação das promessas do Batismo, durante uma vigília pascal; – adoração da Cruz,
durante a cerimónia solene de Sexta-feira Santa. – bênção do Papa, mesmo recebida pela rádio ou
televisão. No momento da morte, a Igreja mostra-se particularmente caritativa para conceder a
indulgência plenária. Pode ser dada por um padre, ritualmente, ou ganha pelo moribundo por um beijo
na cruz, mas somente se ele recitou algumas orações durante a vida. Se as condições indicadas acima
(confissão, comunhão, oração pelo Santo Padre, desapego do pecado) não poderem ser cumpridas
inteiramente, a indulgência é parcial. Mas não há necessidade de se confessar no próprio dia. Pode-se
fazer isso nos dias que precedem ou seguem. Se nos habituarmos a confessar regularmente, podemos
ganhar muitas indulgências plenárias. 

 

Pode-se ganhar indulgências parciais, pela recitação das orações
da Igreja como: A Vós, Bem-aventurado José 

O Anjo do Senhor (Angelus Domini)

 Alma de Cristo,Santificai-me

 Ato de comunhão espiritual

 Profissão de fé (Credo) 

Oficio dos defuntos Salmo 129

 (DeProfundis) pág. 71 

Ladainhas do Santíssimo Nome de Jesus Ladainhas do Sagrado Coração de Jesus
Ladainhas do Preciosíssimo Sangue 

Ladainhas da Bem-aventurada Virgem Maria Ladainhas de S. José
Ladainhas dos Santos 

Magnificat

 Lembrai-vos ó piíssima Virgem Maria

 Salmo 50 (Miserere) 

Oração pelasvocações sacerdotais ou religiosas 

Oração pela unidade dos cristãos 

O repouso eterno 

Salvé Rainha 

Sinalda Cruz (bem feito com piedade) 

Tantum Ergo (Adoremos, veneremos) Te Deum (hino de ação de
graças). Esta indulgência plenária se se recita publicamente no último dia do ano. Vem, Espírito Santo

(Veni Creator). Aqui a indulgência torna-se plenária se for recitada publicamente no último dia do ano e
durante a solenidade do Pentecostes. 

Esta lista está incompleta. As indulgências parciais são obtidas por
todo o ato concreto de fé, esperança e caridade no meio das provas que a vida nos coloca ou nos
acontecimentos e nos diferentes deveres. 

Todos os atos de caridade para com o nosso próximo obtêm
também indulgências parciais; as práticas do jejum e abstinência, feitas voluntariamente; mas também
todas as orações, jaculatórias ou pensamentos espontâneos dirigidos a Deus, à Virgem, à Sagrada Família.

 

O manual das indulgências contém a lista completa.

O IMPRESSIONANTE SEGREDO DAS
ALMAS DO PURGATÓRIO

Entrevista a Maria Simma, feita pela Irmã Emanuel

INTRODUÇÃO

Maria Simma é uma mística austríaca. Através de um dom particular de Deus, raramente visto na
história da Igreja, ela recebe desde há 50 anos a visita das almas do Purgatório. Que lhe dizem estas
almas? Dão avisos, pedem orações, e falam dos seus indizíveis sofrimentos no Purgatório, atenuados pela
alegre expectativa e a certeza de se virem a reencontrar, mais cedo ou mais tarde, nos braços de Deus.
Revelam aos vivos o imenso poder que têm de aliviar os sofrimentos dos defuntos e de receber, em
troca, numerosas ajudas e benefícios, nesta vida e na outra. Os testemunhos relatados pela Irmã
Emanuel neste livro, recolhidos da própria boca de Maria Simma, dão muito para refletir. Podem-nos
ajudar a mudar os nossos comportamentos e os nossos hábitos, e a começar a viver de maneira
diferente, conforme os desejos de Deus… O Senhor utiliza muitos canais para falar cada dia aos seus
filhos e ajudá-los nas suas necessidades espirituais, Os dons que o Senhor dá às almas privilegiadas são
faróis poderosos que iluminam o caminho aos homens. Saibamos tirar proveito disso! Este pequeno livro
vem preencher um vazio Um dia li, com grande interesse, um livro sobre as almas do Purgatório. Fiquei
muito impressionada, pois relatava testemunhos inteiramente atuais. Além disso, explicava muito bem a
doutrina da Igreja sobre esse assunto. Trata-se de um livro de Maria Simma. Escrevi ao editor, o qual me
respondeu que Maria ainda era viva. Imediatamente entrei em contacto com ela, solicitando-lhe uma
entrevista, que me concedeu. Fiquei encantada, pois, cada vez que tenho ocasião de pregar sobre as
almas do Purgatório, observo um interesse enorme da parte dos ouvintes, que geralmente pedem que
lhes diga algo mais. Há uma sede muito viva de saber o que nos espera depois da morte. E verdade que
estas coisas não são ensinadas na catequese habitual, e isto causa uma grande ignorância, para não
dizer uma certa angústia perante as ultimas realidades. Estas páginas contribuem para fazer
desaparecer completamente esta angústia, que não tem razão de ser, em relação ao Purgatório; elas
também nos esclarecem e fazem compreender que o plano de Deus sobre o nosso futuro é magnífico e
entusiasmante; que nesta terra temos em mãos um poder imenso de tornar felizes as almas dos nossos
defuntos, e tornarmo-nos felizes nesta vida. Pe. Matteo La Grua, OFM – Teólogo Maria Simma tem hoje
84 anos (1999) e vive só, na sua casinha de Sonntag, uma linda aldeia na montanha do Voralberg, na
Áustria. Foi lá que a encontrei. Quem é ela? Uma simples camponesa que desde a sua infância ora muito
pelas almas do Purgatório. Com a idade de 25 anos, foi favorecida com um carisma muito particular e
raro na Igreja, o carisma de ser visitada pelas almas do Purgatório. E uma católica fervorosa, dotada de
grande humildade e simplicidade. Tem sido encorajada na sua tarefa pelo seu pároco e também pelo
seu bispo. Vive pobremente. Por exemplo, quase não tínhamos possibilidade de passar em volta das
cadeiras nas quais nos instalámos, no pequeno espaço onde nos acolheu. O seu carisma extraordinário
lança raízes na história da Igreja. Com efeito, são numerosos os santos, canonizados ou não, que
receberam este mesmo carisma. Citarei apenas Santa Gertrudes (Alemanha); Santa Catarina de Génova
(Itália), que escreveu muito sobre isso; Marie-Anne de Jesus (Alemanha); Santa Margarida Maria de
Paray-le-Monial (França), que teve a visão do Sagrado Coração; Santo Cura d Ars (França); São João
Bosco (Itália); a Bem-aventurada Miryam de Belém (Líbano); a bem aventurada Faustina (Polónia) etc…
Quando nos debruçamos sobre os ensinamentos destes santos, verificamos que todos dizem a mesma
coisa. Maria Simma, por sua vez, apenas revive o belo testemunho deles. Por isso, não hesitei em
entrevistá-la, pois tem o mérito de viver na nossa época e de estar disponível. Para não tomar muito
densa esta exposição, algumas vezes resumirei as respostas de Maria, outras vezes dá-las-ei
integralmente. De vez em quando acrescentarei comentários pessoais. Foi realmente uma alegria
conhecer Maria Simma, uma mulher cuja vida é inteiramente doada. Cada segundo, cada hora da sua
vida tem um peso de eternidade, não somente para ela própria, mas para tantas almas conhecidas ou
desconhecidas que ajudou – de maneira diferente, mas com o mesmo amor – a libertarem-se do
Purgatório e a alcançarem a felicidade eterna no Céu. Maria Simma, Gross Valsertal, A Sonntag, Austria.

A autora.

A ENTREVISTA DE MARIA SIMMA

1 A PRIMEIRA VEZ

Irmã Emmanuel – Maria, pode-nos contar como foi visitada pela primeira vez por uma alma do
Purgatório?
Maria Simma – Foi em 1940, numa noite, pelas três ou quatro horas da manhã. Ouvi alguém ir e
vir no meu quarto. Isto fez-me acordar e olhei; quem poderia entrar no meu quarto?!
Ir.Em. – Teve medo?
M.S. – Não, não sou nada medrosa! Mesmo quando pequena, minha mãe dizia que eu era uma
criança especial, pois nunca tinha medo.
Ir.Em. – E nessa noite?…, conte-nos!
M.S. – Vi que era um estrangeiro, ele ia e vinha lentamente. Perguntei-lhe num tom severo:
Como é que entrou aqui? O que é que perdeu? Mas ele continuava o seu vaivém no
quarto, como se não tivesse ouvido nada. Eu perguntei-lhe ainda: O que é que está
afazer? Como ele não respondia, levantei-me de um pulo e quis agarrá-lo, mas só segurei
o ar, não havia mais nada… Então voltei a deitar-me; mas de novo o ouvi ir e vir. Eu
interrogava-me porque via este homem e não podia segurá-lo. Levantei-me de novo para
agarrá-lo e fazê-lo parar de andar; e de novo afundei-me no vazio. Estava perplexa. E
tornei a deitar-me. Ele não voltou, mas não pude dormir mais. No dia seguinte, depois
da Missa, procurei o meu diretor espiritual e contei-lhe tudo. Ele disse-me: Se isso
recomeçar, não pergunte quem é? mas o que é que quer de mim? Na noite seguinte, o
homem voltou. Era ele mesmo, e perguntei-lhe: O que é que quer de mim? E ele
respondeu: Mande celebrar três Missas por mim e serei libertado. Então, compreendi que
era uma alma do Purgatório. O meu pai espiritual o confirmou. Aconselhou-me também
que nunca repelisse as almas do Purgatório, mas que aceitasse o seu pedido com
generosidade.
Ir.Em. – E depois disso, as visitas continuaram?
M.S. – Sim, durante alguns anos, só três ou quatro almas, sobretudo no mês de Novembro. E
depois vieram mais.
Ir.Em. – E o que é que pedem estas almas?
M.S. – Na sua maioria, pedem que eu mande celebrar Missas e participe nelas. Pedem a
oração de terços e vias-sacras.


2 UMA QUEIMADURA DE AMOR…


Coloca-se a verdadeira pergunta: o que é exatamente o Purgatório? E uma invenção genial da parte de
Deus. Tomemos uma imagem. Um dia, uma porta abre-se e aparece-lhe um ser extraordinariamente
belo, mas tão belo como nunca dantes tinha visto sobre a Terra. Fica fascinado, deslumbrado com este
SER de luz e beleza, tanto mais que este Ser lhe revela que é louco de amor por si. Você não poderia
imaginar ser assim tão amado. Percebe também que Ele tem um grande desejo de o atrair a Si, de o
abraçar, e o fogo de amor que já inflama o seu coração, incita-o a lançar-se nos Seus braços. Mas, nesse
exato momento; percebe que não se lavou há meses, que cheira horrivelmente mal, que o seu nariz
escorre, que os seus cabelos estão sujos e colados, que há grandes e horríveis manchas nas suas vestes,
etc…. Então você compreende que não pode apresentar-se neste estado, que antes de tudo é
necessário ir lavar-se, tomar um bom banho e em seguida voltar depressa para tomar a vê-lO. Mas o
amor que nasceu no seu coração é tão intenso que este atraso, causado pelo banho, é absolutamente
insuportável! A dor da ausência, mesmo que dure apenas alguns minutos, é uma queimadura atroz no
seu coração, pois é proporcional à intensidade da revelação do Amor. E uma queimadura de amor. O
Purgatório é isto! E um atraso imposto pelas nossas impurezas, um atraso antes do abraço de Deus, uma
queimadura de amor que faz sofrer terrivelmente, uma nostalgia de amor. E precisamente esta
nostalgia que nos lava do que é ainda impuro em nós. O Purgatório é um lugar de desejo, do desejo
louco de Deus, do Deus que já conhecemos, porque já O vimos, mas ao Qual não estamos ainda unidos.
As almas do Purgatório falam muitas vezes a Maria a respeito do grande desejo que têm de Deus e de
quanto este desejo lhes é profundamente doloroso; trata-se realmente de uma agonia. O Purgatório é
uma grande crise da falta de Deus.
Ir.Em. – Maria, as almas do Purgatório têm, mesmo assim, alegria e esperança, no meio dos
seus sofrimentos?
M.S. – Sim. Nenhuma alma quereria voltar do Purgatório para a Terra, porque possuem um
conhecimento que nos ultrapassa infinitamente e não aceitariam mais voltar às trevas da
Terra. Eis onde reside toda a diferença entre o Purgatório e o sofrimento que
conhecemos na Terra. No Purgatório, embora a dor seja atroz, as almas têm a certeza
de poderem vir a viver para sempre com Deus, certeza absoluta, que toma a alegria
mais forte que a pena. Nada há na Terra que as possa fazer desejar viver de novo, nesta
Terra, onde nunca se está seguro de coisa alguma.
Ir.Em. – Poderia dizer-nos se é Deus que envia uma alma ao Purgatório ou se é ela mesma que
decide ir?
M.S. – É a própria alma que quer ir ao Purgatório para se tornar pura antes de ir para o Céu. A
alma do Purgatório une-se plenamente à Vontade de Deus. Por exemplo, ela alegra-se
do bem e deseja o nosso bem. Ama muito a Deus e aos homens na Terra. Está
perfeitamente unida à Luz de Deus, no Espírito Santo. Ir.Em.- No momento da morte,
vê-se Deus em plena luz, ou de maneira confusa?
M.S. – Ainda de uma maneira confusa, mas numa tal claridade, que é suficiente para sentir uma
grande nostalgia de Deus. A Alma fica de tal maneira fascinada por esta luz que
regressar ao seu corpo na terra seria para ela uma agonia. É uma claridade ofuscante em
relação As trevas da Terra, mas ainda não é nada em relação à plena luz que a alma
conhecerá quando subir ao Céu. A alma fica de tal maneira fascinada por esta luz que
regressar ao seu corpo seria para ela uma agonia.

 

3 A CARIDADE COBRE UMA MULTIDÃO DE PECADOS…

 

Ir.Em. – Poderia dizer-nos qual é o papel da Santíssima Virgem junto das almas do Purgatório?
M.S. – Muitas vezes a Virgem vem para as consolar, dizendo-lhes que fizeram muitas coisas
boas. Ela encoraja-as.
Ir.Em. – Há dias especiais em que Ela as liberta?
M.S. – Sim, sobretudo no dia de Natal, de Todos os Santos, na Sexta-Feira Santa, no dia da
Ascensão e da Assunção.
Ir.Em. – Quais são os pecados que mais nos arrastam ao Purgatório?
M.S. – São os pecados contra a caridade, contra amor ao próximo, a dureza do coração, a
hostilidade, a calúnia… Diz-se que a maledicência e a calúnia são as piores máculas,
que necessitam duma longa purificação… Sobre isso, Maria cita-nos um exemplo que
muito a comoveu: o testemunho acerca de um homem e uma mulher, para os quais lhe
tinham pedido informações sobre se estavam no Purgatório. Para grande espanto de
quem tinha feito a pergunta, a mulher já estava no Céu e o homem no Purgatório. Ora,
esta mulher durante a sua vida cometera abortos, enquanto o homem, estava sempre na
igreja, tinha uma vida muito digna e muito piedosa. Então Maria informou-se de novo,
pensando que poderia ter-se enganado; mas era assim mesmo. Eles morreram
praticamente ao mesmo tempo, mas a mulher tinha tido um grande arrependimento e
era muito humilde; o homem criticava todo o mundo, estava sempre a queixar-se e a
maldizer. E por isso que o seu Purgatório foi muito longo. E Maria concluiu: Não se deve
julgar pelas aparências! São contra a caridade pecados tais como rejeitar certas pessoas
que não amamos, recusar fazer as pazes, recusar perdoar, e todos os rancores que
alimentamos. Quanto a isto, Maria confiou-nos um testemunho muito surpreendente.
Uma mulher, que conhecia muito bem, tinha morrido. Encontrava-se no mais terrível
Purgatório, com sofrimentos horríveis. Quando veio ver Maria, contou-lhe a razão: ela
teve uma amiga que se tomara sua grande inimiga. Ela era a causa desta inimizade.
Alimentou-a durante anos, ao passo que, muitas vezes, esta pessoa linha vindo pedir-lhe
a reconciliação e a paz. Ela sempre recusou o perdão, até no seu leito de morte. Este
facto é muito significativo: o rancor alimentado conduz a graves consequências. Quanto
às palavras, nunca se dirá bastante o quanto uma palavra de crítica, de maledicência,
pode realmente matar; e, ao invés, uma palavra benévola pode curar.
Ir.Em. – Pode dizer-nos quais são os que têm mais possibilidade de ir diretamente para o Céu?
M.S. – Aqueles que têm um coração bom para toda a gente: pois a caridade cobre uma multidão
de pecados (1 Pedro 4,8b).
Ir.Em. – Que meios podemos usar na Terra para evitar o Purgatório e ir diretamente para o
Céu?
M.S. – Devemos fazer muito pelas almas do Purgatório, pois elas ajudam-nos por sua vez. E
preciso ter muita humildade, que é a melhor arma contra o Maligno. A humildade
expulsa o Mal. Eis um testemunho do Padre Berlioux, a respeito da ajuda prestada pelas
almas do Purgatório àqueles que as aliviam pelas suas orações e sufrágios. Conta-se que
uma pessoa, especialmente amiga das almas do Purgatório, tinha consagrado toda a sua
vida a aliviá-las. Ao chegar a hora da morte, foi atacada com furor pelo Demónio, por
ver que esta alma estava a ponto de se lhe escapar. Parecia que todo o abismo, ligado
contra ela, a envolvia com os seus exércitos infernais. A agonizante lutava há algum
tempo, no meio dos mais penosos esforços, quando, de repente, viu entrar no quarto
uma multidão de personagens desconhecidos, resplandecentes de beleza, que colocaram
o Demónio em fuga e, aproximando-se do leito, dirigiram-lhe encorajamentos e
consolações celestiais. Suspirando profundamente e transportada de alegria, gritou: –
Quem sois vós? Quem sois vós, por favor, vós que me estais a fazer tanto bem?. – Nós
somos, responderam os bons visitantes, habitantes do Céu, que a vossa ajuda conduziu à
bem-aventurança e viemos, por nossa vez e por gratidão, ajudar-vos a transpor o limiar
da eternidade e tirar-vos deste lugar de angústia, para vos introduzir nas alegrias da
Cidade Santa. A estas palavras, um sorriso iluminou o rosto da moribunda, os seus olhos
fecharam-se e ela adormeceu na paz do Senhor. A sua alma, pura como uma pomba,
apresentando-se ao Senhor dos senhores, encontrou tantos protetores e advogados
quantas as almas que ela tinha libertado; e, sendo reconhecida digna da Glória, entrou
como em triunfo, no meio dos aplausos e das bênçãos de todos os que ela tinha tirado do
Purgatório. Que nós possamos um dia ter a mesma felicidade! As almas libertadas pela
nossa oração são extremamente reconhecidas, ajudam-nos na nossa vida, o que é bem
evidente. Eu aconselho-vos a fazer a experiência. Elas assistem-nos, conhecem as nossas
necessidades e obtêm-nos muitas graças. Um outro exemplo dado por Maria Simma
mostra como a caridade cobre uma multidão de pecados: Eu conhecia um jovem, de uns
vinte anos, numa pequena aldeia vizinha da minha. A aldeia deste jovem tinha sido
cruelmente atingida e enlutada por uma série de avalanches que tinham sepultado uma
quantidade enorme dos seus habitantes. Uma noite, encontrando-se na casa de seus
pais, ele ouviu uma avalanche terrível, ao lado da casa, e depois, gritos lancinantes
clamando: Salvai-nos, salvai -nos! Estamos presos sob os escombros! De um salto, ele
levantou-se da cama e precipitou-se para socorrer aquela gente. A mãe tinha ouvido os
gritos, mas impedia-o de passar, dizendo: Que outros os socorram, não devemos ser
sempre nós. Há perigo demais, não quero que haja mais um morto. Mas ele, trespassado
pelos gritos, quis realmente socorrer aquelas pessoas. Empurrou a mãe e disse-lhe: Sim!
Eu vou lá, não posso deixá-los morrer assim. Saiu e, no caminho, foi apanhado por uma
avalanche e morreu. Dois dias depois da morte, veio visitar-me à noite e disse: Faz
celebrar três Missas por mim, assim serei libertado do Purgatório. Fui prevenir a família
e os amigos. Ficaram admirados ao saber que somente com três Missas ele seria livre do
Purgatório, lembrando-se de todas as malandrices que tinha feito. Este jovem disse-me:
Fiz um ato de puro amor, arriscando a minha vida por estas pessoas e é graças a isso que
o Senhor me acolheu tão depressa no Céu. Sim, a caridade, um só ato de amor gratuito,
cobre uma multidão de pecados. Este jovem tinha tido uma vida dissoluta, talvez nunca
mais tivesse outra ocasião de exercer um ato de amor assim tão forte e, porventura,

terse-ia tomado um mau homem. Na Sua misericórdia, o Senhor levou-o justamente no
momento em que ele estava o mais belo e puro possível diante d Ele, graças a este ato
de amor. Eis aqui mais outro episódio que demonstra como o Senhor aprecia e valoriza
também um simples ato de bondade: Um dia, a alma de uma mulher apresentou-se-me
com um balde na mão. Que fazes com esse balde? – Perguntei-lhe. É a chave do meu
Paraíso, respondeu, radiante. Rezei pouco na minha vida; raramente ia à Igreja, mas
uma vez, antes de Natal, limpei gratuitamente toda a casa de uma pobre velhinha. Isso
foi a minha salvação. Eis a prova de que tudo depende da caridade.
Ir.Em. – Que fez o bom ladrão para que Jesus lhe prometesse que ele estaria desde hoje no Seu
Reino com Ele?
M.S. – Aceitou humildemente o seu sofrimento, dizendo que era justo, encorajou o outro ladrão
a aceitá-lo também. Experimentou o temor de Deus, que é sinal de humildade. Quando
se encara a morte, é importante abandonar-se completamente à Vontade do Senhor.
Maria contou-me o caso muito bonito de uma mãe de quatro filhos que ia morrer. Em
lugar de se revoltar, ela diz ao Senhor: Eu aceito a morte, pois assim o quereis e entrego
a minha vida em Vossas mãos. Eu Vos confio os meus filhos, sei que tomareis conta
deles. Graças a essa imensa confiança em Deus, esta mulher foi diretamente para o Céu,
sem passar pelo Purgatório. O amor, a humildade e o abandono a Deus, eis as chaves de
ouro que nos fazem entrar diretamente no Céu.

 

4 OFERECEI-LHES UMA MISSA!

 

Ir.Em. – Maria, pode-nos dizer quais são os meios mais eficazes para livrar as almas do Purgatório?
M.S. – É a Santa Missa: porque é Cristo Quem se oferece em amor por nós. E a oferenda de Cristo, d Ele
mesmo a Deus, a mais bela das oferendas. O padre é o representante de Deus, mas é Deus, Ele próprio
Quem se oferece e Se sacrifica por nós. A eficácia da Santa Missa pelos defuntos é tanto maior quanto
maior tiver sido o seu amor pela Missa durante a vida e se dela participavam, de todo coração, também
durante a semana, de acordo com suas possibilidades. Estes tiram grande proveito das Missas celebradas
por suas almas. Lá também colherão como tiverem semeado. As almas do Purgatório vêem, muito bem,
no dia do seu enterro, se oram realmente por elas ou se fazem simplesmente um ato de presença. Elas
dizem que as lágrimas não servem para nada, somente a oração pode ajudá-las. Queixam-se de que há
pessoas que vão ao enterro sem dizer uma só oração por elas. Eis um exemplo dado pelo Cura d Ars aos
seus paroquianos a respeito da Missa. Meus filhos, um bom padre teve a infelicidade de perder um amigo
que ele amava ternamente; então orava muito pelo repouso de sua alma. Um dia, Deus fez-lhe saber
que ele estava no Purgatório e sofria horrivelmente. O santo sacerdote pensou que o melhor a fazer era
oferecer o Santo Sacrifício da Missa pelo seu caro defunto. No momento da consagração, tomou a hóstia
nas mãos e disse: Pai Santo e Eterno, façamos uma troca; Vós tendes a alma do meu amigo que está no
Purgatório e eu seguro o Corpo de Vosso Filho, que está em minhas mãos. Pai bom e misericordioso,
libertai o meu amigo e eu Vos ofereço o Vosso Filho, com todos os méritos da Sua paixão e morte. O seu
pedido foi atendido. Com efeito, no momento da elevação, viu a alma do amigo, toda radiante de
glória, que subia ao Céu. Deus tinha aceite a troca. Meus filhos, quando queremos libertar do Purgatório
uma alma que nos é cara, façamos o mesmo. Ofereçamos a Deus, pelo Santo Sacrifício, o seu Filho bemamado,

com todos os méritos da Sua paixão e morte. Ele nada nos poderá recusar.

5 NÃO DESPERDICEIS OS VOSSOS SOFRIMENTOS TERRENOS…

Existe um outro meio muito eficaz para as almas do Purgatório. E a oferta do sofrimento voluntário,
como a penitência, as privações e também a oferta dos sofrimentos involuntários, como a doença, o
luto.
Ir.Em. – Maria, você foi convidada muitas vezes a sofrer pelas almas do Purgatório, para libertá-las. O
que é que viveu e experimentou nesses momentos?
M.S. – A primeira vez, uma alma perguntou-me se eu quereria sofrer por ela no meu corpo durante três
horas, e depois disso eu poderia retomar o meu trabalho. Eu disse a mim mesma que, se tudo estivesse
terminado em três horas, poderia muito bem aceitá-lo. Tive a impressão de que essas três horas,
duravam três dias, de tal modo eram dolorosas. Mas no final, olhando para o meu relógio, vi que
efetivamente se haviam passado apenas três horas. A alma disse-me que, aceitando com amor aquele
sofrimento durante as três horas, eu tinha-lhe poupado vinte anos de Purgatório! Ir.Em… Porquê três
horas de sofrimento na Terra para vinte anos de sofrimento no Purgatório?
M.S. – Porque os sofrimentos na Terra não têm o mesmo valor. Quando se sofre na Terra, pode-se
crescer no amor, pode-se ganhar méritos, o que não é o caso dos sofrimentos do Purgatório, onde
servem somente para nos purificar do pecado. Na Terra temos todas as graças, temos a liberdade de
escolher. Isto pode dar um sentido extraordinário aos nossos sofrimentos. Oferecidos e acolhidos com
paciência e humildade, assim como os menores sacrifícios que podemos fazer, podem ter um poder
imenso para ajudar as almas. A melhor coisa a fazer é unir os nossos sofrimentos aos de Jesus,
depositando-os nas mãos de Maria, pois é Ela quem saberá utilizá-los melhor; porque muitas vezes não
conhecemos as necessidades dos que nos cercam. Maria devolver-nos-á tudo na hora da morte e os
sofrimentos oferecidos serão os nossos mais preciosos tesouros no outro mundo.
Ir.Em. – Muitas vezes, quando nos vêm os sofrimentos, nós revoltamo-nos, é-nos difícil aceitá-los e vivêlos bem. Como viver o sofrimento para que ele possa produzir fruto?
M.S. – Os sofrimentos são a maior prova do amor de Deus. Se os oferecemos bem a Deus, podem salvar
muitas almas.
Ir.Em. – Como fazer para acolher o sofrimento como um presente, e não como uma punição, como
acontece tantas vezes?
M.S. – É preciso entregar tudo à Virgem Maria, pois Ela é Quem melhor sabe quem tem necessidade de
tal ou tal oferta para ser salva. A respeito do sofrimento, Maria contou-nos um testemunho espantoso.
Isto passou-se em Uma série de avalanches muito destruidoras caíram sobre uma pequena aldeia
próxima da de Maria. Soube-se mais tarde que outras avalanches se desencadearam sobre ela, mas se
detiveram de maneira totalmente milagrosa, de modo que não houve nenhum prejuízo. Neste lugar
morreu uma mulher que tinha estado doente durante trinta anos e que, mal cuidada, sofrera
muitíssimo. Ela tinha oferecido todos os seus sofrimentos e suportara-os com paciência, para o bem da
sua comunidade. As almas comunicaram a Maria que a aldeia tinha sido preservada das avalanches,
graças à generosidade daquela mulher. Se ela tivesse tido boa saúde, não teria podido salvar a aldeia.
Pelo sofrimento suportado com paciência, salvam-se mais almas que pela oração. (Contudo, a oração
ajuda a suportar os sofrimentos!) Não olhemos o sofrimento sempre como uma punição. Pode ser aceite
como expiação, não somente por nós mesmos, mas sobretudo pelos outros. Cristo era a própria
inocência e foi Ele Quem mais sofreu pela expiação dos nossos pecados. Somente no Céu conheceremos
tudo o que obtivemos pelo sofrimento suportado com paciência, em união com os sofrimentos de Cristo.
Ir.Em. – Maria, há revolta da parte das almas do Purgatório diante de seus sofrimentos?
M.S. – Não, elas querem-se purificar. Compreendem que estes lhes são necessários.

 

6 E NÃO SEJAIS AVARENTOS NAS VOSSAS ORAÇÕES!

 

Um outro meio muito eficaz, diz-nos Maria, é a Via Sacra, pois, contemplando os sofrimentos do Senhor,
pouco a pouco começamos a odiar o pecado e a desejar a salvação de todos os homens. Esta inclinação
do coração leva um grande alívio às almas do Purgatório e suscita o arrependimento dos nossos pecados.
Outro meio muito recomendado pelas almas do Purgatório é o Terço, e até mesmo o Rosário, em favor
dos defuntos. É por meio do Terço que numerosas almas são libertas todos os anos do Purgatório, e é a
própria Mãe de Deus que aí vem para as libertar. Aliás, estas almas do Purgatório chamam à Virgem
Maria a Mãe de Misericórdia. As almas dizem também a Maria que as indulgências têm um valor
inestimável para a sua libertação. Seria realmente crueldade da nossa parte não aproveitar estes
tesouros que a Igreja nos oferece para alívio das almas. Como seria extenso demais explicar tudo aqui,
aconselhamos a leitura do maravilhoso texto escrito por Paulo VI em 1968 sobre este assunto. (Ver o
apêndice). As orações de Santa Brígida são igualmente muito recomendadas para as almas do
Purgatório. Podem ser encontradas, pedindo ao pároco ou nas livrarias religiosas. A oração em geral,
todas as formas de oração, são de grande eficácia para as almas do Purgatório. Gostaria de dar aqui o
testemunho de Herman Cohen, um artista judeu convertido ao catolicismo e que muito venerou a
Eucaristia. Isto passou-se em Ele abandonou a vida mundana, entrou numa ordem religiosa muito
austera e, muito frequentemente, adorava o Santíssimo Sacramento, pelo qual tinha uma grande
veneração. Durante as suas adorações, suplicava ao Senhor que convertesse sua mãe, a quem muito
amava. Mas ela morreu sem se ter convertido. Herman ficou louco de dor. Prostrou-se diante do
Santíssimo Sacramento e, dando livre expansão às suas queixas, orou assim: Senhor, é verdade que Vos
devo tudo, mas o que Vos recusei? A minha juventude, as minhas esperanças no mundo, o bem-estar, as
alegrias da família, talvez um repouso legítimo? Tudo sacrifiquei desde que me chamastes. O meu
sangue? Eu o teria dado também, e Vós, Senhor, Que sois a Bondade Eterna, que prometestes dar-nos o
cêntuplo, recusastes-me a alma de minha mãe… Meu Deus, eu sucumbo neste martírio, o murmúrio vai
deixar os meus lábios. Os soluços sufocavam este pobre coração. De repente, uma voz misteriosa soa-lhe
aos ouvidos e diz: Homem de pouca fé, a tua mãe está salva, sabe que a oração é omnipotente junto de
Mim. Recolhi todas as que Me dirigiste por tua mãe e a Minha Providência levou-lhas em conta na sua
última hora. Eu apresentei-me a ela no momento em que expirava, ela viu-me e gritou: Meu Senhor e
Meu Deus! Anima-te, tua mãe foi poupada da condenação eterna e as tuas súplicas fervorosas
brevemente libertarão a sua alma do Purgatório. Ora, sabe-se que o Padre Herman Cohen, pouco tempo
depois soube, por uma segunda aparição, que a sua mãe subira ao Céu. É importante saber: as almas do
Purgatório nada podem por elas mesmas, são totalmente impotentes. Se os vivos não oram por elas,
ficam abandonadas; por isso é tão importante compreender o poder incrível que cada um de nós tem
nas mãos, para libertar e aliviar estas almas sofredoras. Por exemplo, ninguém deixaria de socorrer uma
criança que caísse de uma árvore e ficasse horrivelmente fraturada. E evidente que faria tudo por ela.
Da mesma forma devemos cuidar dessas almas que esperam tudo de nós e que ficam pendentes das
nossas mínimas ofertas, das nossas menores orações, para serem aliviadas das suas penas. Talvez seja
para nós a mais bela maneira de exercer a caridade. Penso, por exemplo, no bom samaritano do
Evangelho e no que ele fez pelo homem que estava meio morto, caído à beira do caminho, e que, sem
dúvida, estava banhado de sangue. Este homem dependia completamente de um bom coração que
passasse.
Ir.Em. – Maria, porque não se podem ganhar méritos no Purgatório, enquanto se pode fazê-lo na Terra?
M.S. – Porque no momento da morte os méritos terminam. Enquanto vivos na Terra, pode-se reparar o
mal que se fez. As almas do Purgatório invejam-nos -por causa desta possibilidade. Até mesmo os Anjos
têm ciúmes de nós, pois temos a possibilidade de crescer enquanto ainda estamos na Terra

 

7 NO MOMENTO DA MORTE…

 

Ir.Em. – Qual é o papel da contrição ou do arrependimento no momento da morte?
M.S. – A contrição é muito importante! Os pecados são – remidos em todos os casos, mas restam as
consequências do pecado. Se quisermos obter uma indulgência plenária no momento da morte, o que
quer dizer ir diretamente para o Céu, é preciso que a alma esteja livre de todo apego ao pecado. Darei,
seguidamente, um testemunho muito significativo contado por Maria. Tinham-lhe pedido para se
informar sobre uma mulher, cujos parentes a julgavam condenada, porque ela tinha tido uma vida muito
irregular. Foi vítima de um acidente: caiu do comboio que a matou. Uma alma veio ter com Maria e
disse-lhe que esta mulher foi salva do Inferno porque no momento da morte, disse a Deus: Tendes razão
de me tirar a vida, pois assim não mos Vos poderei ofender. E isto apagou todos os seus pecados. Este
facto mostra que um só ato de humildade e de arrependimento no momento da morte pode salvar-nos.
Isto não significa que não tenha ido para o Purgatório, mas impediu que caísse no Inferno, o que teria
merecido pela sua impiedade. mesmo para todos. A intensidade da revelação do Senhor depende da
vida de cada um.
Ir.Em. – Maria, o Demónio tem permissão para nos atacar no momento da morte?
M.S. – Sim, mas o homem tem também a graça de lhe resistir e de rechaçá-lo; pois, se o homem não o
quiser, o Demónio não pode fazer nada.
Ir.Em. – No momento da morte, antes de entrar na eternidade, há ainda um espaço de tempo, entre a
morte aparente e a morte real, em que a alma tem a possibilidade de se voltar para Deus, mesmo
depois de uma vida de pecado?
M.S. – Sim, o Senhor dá a cada um alguns minutos para se arrepender de seus pecados e para se decidir:
Eu aceito ou não aceito ir para Deus. Aí tem-se a visão total da própria vida. Conheço um homem que
acreditava nos preceitos da Igreja, mas não na vida eterna. Um dia, caiu gravemente doente, entrou em
coma e então viu-se num quarto, com um quadro no qual todas as suas obras estavam escritas, as boas e
as más. Depois, o quadro desapareceu, assim como as paredes do quarto e era infinitamente lindo.
Acordou do coma e decidiu mudar de vida!
Ir.Em. – Maria, no momento da morte, Deus revela-se a todas as almas com a mesma intensidade?
M.S. – A cada um é dado o conhecimento da sua vida, assim como o seu próximo sofrimento (no
Purgatório). Mas não é o
Ir.Em. – Quando alguém sabe que vai morrer em breve, a seu ver, qual seria para ele a melhor
preparação?
M.S. – Abandonar-se totalmente ao Senhor, oferecer-lhe todo o seu sofrimento, encontrar a sua
felicidade em Deus.
Ir.Em. – Que atitude devemos ter diante de alguém que vai morrer? Qual é a melhor coisa que se pode
fazer por ele?
M.S. – Em todos os casos, orar muito e prepará-lo para morrer. Deve dizer-se-lhe a verdade. Ir.Em. Que
conselho daria a quem quiser ser santo desde já, na terra?
M.S. – Ser muito humilde. É preciso não se preocupar consigo mesmo. O orgulho é a mais forte
armadilha do maligno.
Ir.Em. – Pode pedir-se ao Senhor para passar o Purgatório na Terra, para evitá-lo depois da morte?
M.S. – Sim. Conheci um padre e uma jovem que estavam ambos doentes num hospital, tuberculosos. A
jovem dizia ao padre que pedia ao Senhor para sofrer na Terra o que fosse necessário para poder ir
diretamente para o Céu.O padre respondeu-lhe que não ousava pedir tal coisa. Perto deles havia uma
religiosa que havia escutado toda a conversa. A jovem morreu primeiro, e o padre mais tarde. Este
padre apareceu à religiosa dizendo-lhe Se eu tivesse tido a mesma confiança daquela jovem, eu também
teria ido diretamente para o Céu.

 

8 OS HABITANTES DO PURGATÓRIO

 

Ir.Em. Maria, há diferentes níveis no Purgatório?
M.S. Sim, há uma grande diferença de níveis no sofrimento moral. Cada alma tem um sofrimento único.
Ir.Em. As almas do Purgatório sabem o que vai acontecer no mundo?
M.S. Elas não sabem tudo, mas sabem muitas coisas.
Ir.Em. Estas almas dizem-lhe às vezes o que se vai passar?
M.S. Dizem simplesmente que há alguma coisa diante da porta, mas não dizem o quê; dizem somente o
que é necessário para a conversão dos homens.
Ir.Em. Os sofrimentos do Purgatório são mais penosos que os maiores sofrimentos na terra?
M.S. Sim, mas de uma maneira simbólica. Fazem doer mais a alma.
Ir.Em. Jesus vem ao Purgatório?
M.S. Jamais uma alma mo disse. É a Mãe de Deus que aí vem. Uma vez, perguntei a uma alma do
Purgatório se seria ela mesma a procurar a alma pela qual eu pedia uma informação. Respondeu-me:
Não, é a Mãe da Misericórdia que no-lo revela. Os santos também não vêm ao Purgatório, mas pelo
contrário, os Anjos estão lá. Lá está São Miguel, e cada alma é acompanhada pelo seu Anjo da Guarda.
Ir.Em. Que fazem os Anjos no Purgatório?
M.S. Aliviam e consolam. As almas até podem vê-los.
Ir.Em. – Na nossa época, muitos crêem na reencarnação. O que lhe dizem as almas a este respeito?
M.S. – Dizem que Deus só nos dá uma vida.
Ir.Em. – Alguns dizem que só uma vida não é suficiente para conhecer Deus e ter o tempo necessário
para se converter, o que julgam não ser justo. O que é que -você lhes responderia?
M.S. – Todos os homens têm uma voz interior. Mesmo quando não são praticantes, reconhecem Deus
implicitamente. Não há ninguém que não creia. Cada -homem tem a consciência para reconhecer o bem
e o mal, uma consciência dada por Deus e um conhecimento interior, em diferentes graus, é lógico; mas
sabe discernir suficientemente o bem do mal. Com esta consciência, cada um pode tornar-se bem-
-aventurado.
Ir.Em. – Que acontece com as pessoas que se suicidaram? Já foi visitada por tais pessoas?
M.S. – Até hoje, nunca encontrei o caso de um suicida que se tenha perdido. O que não quer dizer que
não exista, é evidente; mas muitas vezes as almas dizem-me que os maiores culpados são os que os
cercavam, quando os negligenciaram ou caluniaram.
Ir.Em. – Estas pessoas arrependem-se de se terem suicidado?
M.S. – Sim, mas o suicídio às vezes é devido a uma enfermidade. Porém, elas lastimam-no, pois, olhando
as coisas à luz de Deus, as almas compreendem, de uma só vez, todas as graças que lhes estavam
reservadas para o tempo que ainda lhes restava viver Elas veem esse tempo. Veem também todas as
almas a quem poderiam ter ajudado, se tivessem oferecido esse resto de vida a Deus. O que as faz
sofrer mais é ver o bem que poderiam ter feito e não fizeram, ao abreviar a sua vida. Mas o Senhor leva
em conta o suicídio consequente de uma enfermidade. Mas o Senhor leva em conta o suicídio
consequente de uma enfermidade.
Ir.Em. – Já foi visitada por pessoas que se destruíram pouco a pouco, por overdoses de drogas, por
exemplo?
M.S. – Sim, elas não se perderam. Depende das causas da droga, mas devem sofrer no Purgatório.
Ir.Em. – Se lhe disser, por exemplo: sofro muito no meu corpo, no meu coração; isso é penoso demais
para mim e -eu queria morrer. Que deveria fazer?
M.S. – Essa atitude é muito frequente. Eu diria: Meu Deus, posso oferecer-vos este sofrimento para a
salvação das almas? O Senhor dar-me-á a fé e a coragem. Mas hoje ninguém age assim. Pode dizer-se
também que, se o fizer, a alma recebe uma grande bem-aventurança, uma grande felicidade no Céu,
onde há milhares de felicidades diferentes, mas cada alma tem uma felicidade plena, todo o desejo é
satisfeito. Cada um sabe que não mereceu mais nada.
Ir.Em. – Pessoas de outras religiões também vieram visitá-la? Judeus, por exemplo?
M.S. – Sim, e são felizes. Aquele que vive bem a sua fé é feliz. Mas é através da fé católica que mais se
ganha para o Céu.
Ir.Em. – Há religiões que são nocivas para as almas?
M.S. – Não, mas há tantas religiões na Terra… Os mais próximos são os ortodoxos e os protestantes. Há
muitos protestantes que rezam o terço. As seitas são muito ruins. É preciso fazer tudo para sair delas.
Ir.Em. – Há padres no Purgatório?
M.S. – Sim, há muitos… Os que não suscitaram o respeito à Eucaristia, e, em consequência, toda a fé
sofre. Muitas vezes estão no Purgatório por terem negligenciado a oração, o que lhes diminuiu a fé. Mas
há também muitos que vão diretamente para o Céu!
Ir.Em. – Que diria a um sacerdote que realmente quisesse ser segundo o Coração de Deus?
M.S. – Eu o aconselharia a orar muito ao Espírito Santo e a rezar o Terço todos os dias.
Ir.Em. – Há crianças no Purgatório?
M.S. – Sim, mas para elas o purgatório não é tão longo nem tão penoso, pois falta-lhes o discernimento.

Ir.Em. – A mais jovem que você viu, que idade tinha?
M.S. – Quatro anos. Ela tinha uma irmã gémea. Cada uma delas tinha recebido de seus pais uma boneca,
como presente de Natal. Essa criancinha de quatro anos estava no Purgatório porque quebrou a sua
boneca e então, sorrateiramente, sabendo que ninguém a via, colocou a quebrada no lugar da boneca
de sua irmã, fazendo assim uma troca. E sabia muito bem em seu cora cãozinho que iria causar muita
pena à irmã e sabia muito bem também que isto era uma mentira e uma injustiça. Por esta razão, a
pobre menina foi para o Purgatório. Muitas vezes, as crianças têm uma consciência mais viva que a dos
adultos. Mas com elas é preciso sobretudo lutar contra a mentira, pois a ela são muito inclinadas.
Ir.Em. – Como podem os pais ajudar na formação da consciência de seus filhos?
M.S. – Em primeiro lugar, pelo exemplo. É o mais importante. Depois, pela oração. Os pais devem
abençoar os seus filhos e instruí-los bem nas coisas de Deus.
Ir.Em. – Já foi visitada por almas que, na Terra, praticavam, por exemplo, perversões sexuais?
M.S. – Sim, elas não estão perdidas, mas têm muito que sofrer para se purificarem. A homossexualidade,
por exemplo, vem realmente do Maligno.
Ir.Em. – Que conselhos daria a estas pessoas que caíram na homossexualidade?
M.S. – Orar muito para terem a força de se afastar. É preciso pedir sobretudo ao Arcanjo São Miguel,
pois é ele, por excelência, quem combate o Maligno.
Ir.Em. – Quais são as atitudes do coração que podem conduzir à perda definitiva da alma, isto é, ao
Inferno?
M.S. – Quando não se quer ir para Deus. Na sua encíclica sobre a Misericórdia, João Paulo II explica isto
muito bem. Também neste ponto, podemos, pela oração, ajudar muito -as almas que estão em perigo
de se perderem. Eis mais um testemunho de Maria: Um dia, eu viajava de comboio e no meu
compartimento encontrava-se um homem que não parava de falar contra a Igreja, contra os padres, até
contra Deus. Eu disse-lhe: o senhor não tem o direito de dizer isso. Não está certo. Ao chegar, descendo
os dois degraus do comboio, eu disse a Deus, simplesmente: Senhor, que esta alma não se perca. Anos
mais tarde, a alma deste homem veio-me visitar. Contou-me que ele passou muito perto do Inferno e
que foi salvo simplesmente pela oração que eu havia feito naquele momento. É impressionante ver
como um simples impulso do coração pode impedir alguém de cair no Inferno. Vai-se ao Inferno por
orgulho, quando se obstina voluntariamente no não a Deus. A nossa oração pode suscitar um ato de
humildade naquele que morre, e um só impulso de humildade, por menor que seja, pode livrá-lo do
Inferno.
Ir.Em. – Maria, como se pode chegar -ao ponto de dizer um completo não a Deus, no momento da
morte, mesmo quando O vemos?
M.S. – Um homem disse-me, por exemplo, que ele não queria ir para o Céu, porque Deus aceita as
injustiças. Eu disse-lhe que assim eram os homens e não Deus. Ele dizia: Espero não encontrar Deus
depois da minha morte, de contrário, matá-lo-ei com um machado. Ele tinha um profundo ódio a Deus.
Deus permite ao homem que escolha livremente. Deus concede-lhes, durante a vida na Terra e na hora
da morte, graças suficientes para se converterem, mesmo depois de uma vida passada nas trevas. Se
Lhe pedem perdão, com lealdade, certamente se podem salvar. Sobre este assunto, interroguei Vicka,
uma vidente de Medjugorje, que viu o Inferno. Ela disse-me que vão para o Inferno somente aqueles
que, com toda a liberdade, decidem ir para lá. Não é Deus quem os manda para o Inferno; ao contrário,
Deus suplica à alma que acolha a Sua Misericórdia. O pecado contra o Espírito Santo, do qual fala Jesus
e que não é perdoado, é a recusa radical da Misericórdia e isto em plena luz, em plena consciência.
Ir.Em. – Jesus disse que é difícil para um rico entrar no Reino dos céus. Viu casos semelhantes?
M.S. – Se fizerem obras de caridade, se amarem, os ricos podem, tanto quanto os pobres, chegar ao
Céu.
Ir.Em. – Atualmente, você ainda recebe visitas das almas do Purgatório?
M.S. – Sim, duas ou três vezes por semana.
Ir.Em. – Que pensa das práticas de espiritismo? Por exemplo, quando se invocam os espíritos dos mortos,
se fazer rodar mesas, etc.?
M.S. – Isso não é bom. É sempre o Maligno, é o Diabo que faz mexer as mesas.
Ir.Em. – Que diferença há entre o seu convívio com as almas dos defuntos e as práticas do espiritismo?
M.S. Não se deve chamar as almas, eu não procuro a sua vinda. No espiritismo, provocam-nas, invocamnas. Esta diferença é muita clara e devemos considerá-la com muita seriedade. Se tivessem que crer
somente numa das coisas das que digo, gostaria que fosse isto: as pessoas que praticam o espiritismo
(rodar mesas, ou outras práticas deste género) pensam que chamam as almas dos defuntos. Na
realidade, se alguma reação recebem do seu apelo, é sempre, e sem nenhuma exceção, Satanás e os
seus anjos que respondem. Aqueles que praticam espiritismo, fazem coisas muitíssimo perigosas
(adivinhações, feitiçarias,… etc.) tanto para eles próprios, como para as pessoas que a eles se dirigem
para pedir conselho. Eles estão completamente afundados na mentira. É formalmente proibido invocar
os mortos Algumas referências bíblicas: Deut 18, 10-14: «Quando entrares na terra que o Senhor, teu
Deus, te há-de dar, não imites as abominações daquelas gentes. Ninguém no teu meio faça passar pelo
fogo o seu filho ou a sua filha; ou se dê a encantamentos, aos augúrios, à adivinhação, à magia, ao
feiticismo, ao espiritismo, aos sortilégios, à evocação dos mortos, PORQUE O SENHOR TEU DEUS
ABOMINA AQUELES QUE SE DÃO A ESSAS PRÁTICAS… E é por causa dessas abominações que o SENHOR,
Teu Deus, expulsa diante de ti essas nações. Serás inteiramente do SENHOR, Teu Deus. As nações que
vais despojar, ouvem os agoureiros e os adivinhos; A TI, PORÉM, O SENHOR, TEU DEUS, NÃO O PERMITE.
Lev 19,31: Não vos dirijais aos espíritas nem aos adivinhos: não os consulteis, para que não sejais
contaminados por eles. Eu sou o SENHOR, Vosso Deus. Lev 20,27: Qualquer homem ou mulher que evocar
os espíritos ou fizer adivinhações, será morto. Serão apedrejados, e levarão a sua culpa. Lev 19,1: O
SENHOR disse a Moisés: Dirás a toda a assembleia de Israel o seguinte: Sede santos, porque Eu, o Senhor
Vosso Deus, SOU SANTO. Outros textos: 2Reis 23,4; 2Reis 23,24-25; Col 2,15-18; Col 2,8-10; Actos 19,19;
Ef 6,12 De minha parte, nunca chamei as almas dos mortos, não as chamo e nunca as chamarei. É
somente Deus que permite o que me acontece. É certo que Satanás pode imitar tudo o que vem de
Deus, e ele fá-lo. Pode imitar a voz dos defuntos, pode imitar a sua aparência, mas, qualquer que seja a
sua manifestação, isso vem SEMPRE do Maligno. Não se esqueçam que Satanás pode até curar, mas estas
curas são passageiras.
Ir.Em. – Já foi enganada pessoalmente por falsas aparições? Por exemplo, o Diabo que se tenha
disfarçado em alma do Purgatório para lhe falar?
M.S. – Sim, uma vez uma alma veio ver-me e disse: Não aceites a alma que virá depois de mim, pois ela
vai-te pedir enormes sofrimentos e não poderás fazer o que ela te pedir Fiquei perturbada, pois
lembrava-me do que o pároco havia dito: que eu deveria aceitar cada alma, com generosidade. Então,
realmente, estava a ser provada quanto à obediência. Naquele momento eu interroguei-me se não se
tratava de um Demónio e não de uma alma do Purgatório. Por isso, disse à alma: Se és o Demónio, vai-te
daqui. No mesmo instante, ele deu um grande grito e desapareceu. Na verdade, a alma que veio depois
dela era uma alma que realmente tinha necessidade da minha ajuda.
Ir.Em. – Quando o Demónio aparece, a água benta fá-lo fugir?
M.S. – Sim!
Ir.Em. – Você é muito conhecida agora, sobretudo na Alemanha e em toda a Europa. No início, ficou
escondida. Como é que, de um dia para outro, as pessoas reconheceram que as suas experiências
sobrenaturais eram autênticas?
M.S. – Quando as almas me pediram que prevenisse as suas famílias de que deveriam devolver bens mal
adquiridos. Viram então que o que eu dizia era verdade. Com efeito, em muitas ocasiões, as almas
vieram ao encontro de Maria para lhe dizer: Vá a tal lugar, e diga a meu pai, a meu irmão que deve
devolver tal propriedade, tal soma de dinheiro, que adquiri de tal modo, pois não serei libertada do
Purgatório enquanto este bem mal adquirido não for devolvido. Maria recebia indicações exatas e as
famílias ficavam admiradas pois, muitas vezes, elas mesmas, ignoravam esses detalhes. Foi a partir de
então que ela ficou a ser muito conhecida.
Ir.Em. – Há um reconhecimento oficial da Igreja diante do carisma particular que você possui junto das
almas do Purgatório e junto dos que são tocados pelo seu apostolado?
M.S. – O meu bispo disse-me que, enquanto não houver erro teológico, devo continuar. Ele está de
acordo. O pároco da minha paróquia, que é também meu diretor espiritual, confirma estas coisas.
Ir.Em. – Você fez tanto pelas almas do Purgatório que, certamente, por sua vez, quando morrer,
milhares de almas lhe farão uma escolta até ao Céu! Imagino que você não terá que passar pelo
Purgatório!
M.S. – Não creio que eu vá para o Céu sem o Purgatório, pois, como recebi mais luz, mais conhecimento
que outros, as minhas faltas são por isso mais graves. Mas, mesmo assim, espero que as almas me
ajudem a subir ao Céu!
Ir.Em. – Está contente por ter este carisma, ou são-lhe pesados todos esses pedidos da parte das almas?
M.S. – Não me queixo das dificuldades, pois sei que posso ajudá-las muito! Sinto-me feliz por poder
ajudar muito as almas.
Ir.Em. – Muito obrigada por este belo testemunho que nos deu. Poderia contar-nos, em duas palavras, a
sua vida?
M.S. – Eu queria entrar para o convento ainda muito pequena, mas a minha mãe pediu-me que esperasse
até completar 20 anos. Não queria casar A minha mãe falava-me muito das almas do Purgatório e, já
durante a escola, estas almas ajudaram-me muito. Sentia-me na obrigação de fazer tudo por elas. Eu
pensava ir para o convento, ao terminar a escola. Entrei para as irmãs do Coração de Jesus, mas elas
disseram-me que a minha saúde era fraca demais para ficar com elas, Com efeito, quando era criança,
tinha tido pneumonia e pleurisia. A superiora confirmou a minha vocação religiosa, mas aconselhou-me
a esperar alguns anos e entrar para uma ordem menos austera. Eu queria principalmente uma ordem de
clausura, sem demora. Depois de duas novas tentativas, a conclusão era a mesma: a minha saúde era
fraca demais. Concluí que entrar para o convento não era a vontade do Senhor para mim. Pensando que
o Senhor não me mostrava o que queria de mim, sofri muito moralmente, até ao momento em que Ele
me confiou esta missão em favor das almas do Purgatório; tinha então a idade de 25 anos. Ele fez-me
esperar oito anos. Em casa, éramos oito filhos, eu trabalhava na nossa quinta desde a idade de 15 anos;
depois fui para a Alemanha, como empregada doméstica na casa de um camponês; depois voltei a
trabalhar aqui no campo. A partir dos 25 anos, quando as almas começaram a aparecer-me e tive que
sofrer muito por elas, então a minha saúde melhorou bastante. O seu relato termina aqui. Mas, tendo
lido também o relato sobre a vida de Maria Simma, pelo Pe. Afonso Matt (seu diretor espiritual),
podemos juntar estas informações. Entregou a sua virgindade à Virgem Santíssima e fez a consagração a
Nossa Senhora sobretudo em favor dos defuntos ; consagrou-se também a Deus como alma vítima, alma
de amor e de expiação. O pároco diz que em diferentes ocasiões, ela ofereceu-se como vítima para
ajudar os defuntos, através dos sofrimentos voluntários e às vezes terríveis, graças aos quais diminuiu as
penas de muitas almas. Oferecia a Deus orações contínuas, Missas e penitências. Depois da morte de seu
pai, em 1947, vive sozinha na sua casa paterna e, para prover às suas necessidades, continuou a cultivar
o seu pequeno jardim. Vive pobremente, ajudada por pessoas caritativas. Se alguém lhe oferece
dinheiro, dá tudo à Paróquia para a celebração de Missas, para obras de caridade, e sobretudo para as
Missões. A ação de Maria Simma não é somente a de ajudar os defuntos, mas também promover a ajuda
dos vivos às almas do Purgatório e aos moribundos. Eis aqui mais algumas das suas notas. Não serve de
nada lamentar-se sobre os tempos em que vivemos. Os pais não ajudam os filhos ao satisfazerem todos
os seus desejos, dando-lhes tudo o que eles querem, simplesmente para os contentar e deixar de os
ouvir gritar O orgulho pode desta maneira tomar raízes no coração da criança. Mais tarde, quando a
criança começa a ir à escola, não sabe nem recitar o Pai Nosso nem fazer o sinal da Cruz. Por vezes, até
nem sabe nada acerca de Deus. Ensinai as crianças a fazer sacrifícios! Por que é que existe hoje esta
indiferença religiosa? Esta decadência moral? Porque as crianças não aprenderam a renunciar aos seus
caprichos. Elas tornam-se mais tarde descontentes e sem discernimento, querem tornar parte em tudo e
ter de tudo em abundância. Isto causa desvios sexuais. Aquele que não aprendeu desde a infância a
dominar-se, torna-se egoísta, sem amor, tirânico. É por isso que hoje há tanto ódio e falta de caridade.
Queremos viver tempos melhores? Comecemos pela educação das crianças. Peca-se muito contra o amor
ao próximo, sobretudo pela maledicência, o engano e a calúnia. Onde é que estas começam? No
pensamento. É preciso que ensinemos estas coisas desde a infância e que afastemos imediatamente os
pensamentos contrários à caridade. Combatamos então imediatamente todos os pensamentos contra a
caridade, e, assim, nunca julgaremos os outros sem caridade. Para todos os católicos o apostolado é um
dever. Alguns praticam-no pela sua profissão, outros pelo bom exemplo. A preocupação da alma não
deve ser sufocada pelo cuidado exagerado do corpo Foi realmente uma alegria conhecer Maria Simma,
uma mulher cuja vida é inteiramente doada. Cada segundo, cada hora da sua vida tem um peso de
eternidade, não somente para ela própria, mas para tantas almas conhecidas ou desconhecidos que
ajudou de maneira diferente, mas com o mesmo amor a libertarem-se do Purgatório e a alcançarem a
felicidade eterna no Céu. Uma proposta para todos Agora, tenho uma proposta para fazer a cada um:
poderíamos todos tomar a decisão de não ir para o Purgatório! E perfeitamente possível, temos tudo nas
mãos para o fazer. Lembro-me das palavras de São João da Cruz. Ele diz que a Providência Divina
fornece sempre a cada um, durante a vida terrena, as purificações necessárias para lhe permitir ir
diretamente para o Céu, ao morrer. A Providência coloca nas nossas vidas contrariedades suficientes,
lutas, sofrimentos, doenças, para que todas estas purificações, se as aceitamos, bastem para nos levar
diretamente para o Céu. Por que motivo isto não acontece a tantas almas? Porque nós nos revoltamos,
não as aceitamos com amor, com gratidão, como presentes na nossa vida, e pecamos por revolta, por
insubmissão às ofertas da Providência. Peçamos ao Senhor a graça de nos servirmos de cada uma dessas
ocasiões, para que, na hora da morte, Ele nos veja resplandecentes de pureza e beleza. Se tomarmos
esta decisão, não digo que o caminho seja fácil. O Senhor nunca prometeu facilidades! Mas este
caminho será vivido na paz e conduzir-nos-á à felicidade. O Senhor estará sempre connosco. Sobretudo,
aproveitemos o tempo que nos resta na Terra, tempo tão precioso, durante o qual nos é ainda possível
crescer no amor; e crescer no amor quer dizer fazer crescer a nossa glória na vida futura. A cada
instante podemos crescer no amor, enquanto as almas do Purgatório não podem fazê-lo, é tarde demais
para elas. Até os Anjos invejam este nosso poder enquanto estamos na Terra! Cada ato de amor que
oferecemos ao Senhor, cada pequena renúncia, cada jejum, cada pequena privação, cada combate
contra as nossas tendências, os nossos defeitos, ou ainda, cada perdão aos nossos inimigos, todas as
pequenas coisas que Lhe podemos oferecer, serão para nós um ornamento, uma joia, um verdadeiro
tesouro para a eternidade. Então, recolhamos cada uma dessas ocasiões para nos tomarmos tão belos
quanto Deus, na Sua presciência, deseja que sejamos. Se víssemos, em plena luz, o esplendor da alma
pura, choraríamos de alegria. Diante de Deus, é esplêndida uma alma em estado de graça; é por isso
que Deus nos deseja perfeitamente puros! Perfeitamente! A nossa pureza não está no facto de nunca
termos cometido erros durante a vida, mas no nosso arrependimento diante dos erros cometidos, com
toda a humildade. Isto é muito diferente. Os Santos não são pessoas sem pecado, mas sobretudo as que
sabem levantar-se e pedir perdão cada vez que caem. O Cura d Ars dizia: Os Santos não começaram
todos bem, mas todos terminaram bem. Acolhamos, também nós, os maravilhosos meios que o Senhor
coloca à nossa disposição para ajudar as almas que estão à espera de possuí-l O, que suspiram por este
Deus já entrevisto e que será a sua felicidade eterna. Não nos esqueçamos de que a oração das crianças
tem um poder imenso sobre o coração de Deus. Ensinemos-lhes a oração, elas tomarão a peito as almas
do Purgatório. Eu lembro-me de uma menina a quem tinha falado a respeito das almas. Ao terminar,
disse-lhe: Agora rezarás, pelas almas de todos os teus parentes, de todos os teus amigos que já estão
mortos. Queres ir diante de Jesus para Lhe pedires por elas? Ela foi a Jesus, e voltou cinco minutos
depois. Então perguntei-lhe: O que foi que pediste? E ela respondeu: Eu pedi a libertação de todas as
almas do Purgatório. Esta resposta tocou-me profundamente, porque eu tinha sido um pouco mesquinha
no meu pedido. A menina, ao contrário, tinha compreendido imediatamente o que era preciso pedir. As
criancinhas na verdade têm uma confiança pronta, Eis porque obtêm tanto de Deus. – Falemos também
dos aposentados e de todos os que têm tempo disponível; se fossem muitas vezes à Missa… que tesouros
de graças acumulariam, não somente para eles mesmos, mas também para os seus defuntos e para
milhares de almas. O valor de uma só Missa é incalculável. Se apenas pudéssemos compreendê-lo!
Quantas riquezas desperdiçamos por causa da nossa ignorância, da nossa indiferença ou simplesmente
da nossa preguiça! É dizer que temos ao nosso alcance o poder de salvar os nossos irmãos, tornando-nos
assim coredentores, unidos a Jesus, Nosso Salvador e Redentor!…

 

ORAÇÕES PELOS DEFUNTOS

 

A nossa oração por eles não só os ajuda, mas também pode tornar eficaz a sua intercessão em nosso
favor (Catecismo da Igreja Católica, nº 958) (II Macabeus 12, 43-46) Que a Vossa Santa Mãe, Mãe de
Misericórdia; São Miguel e os Anjos me assistam e me protejam contra todas as tentações, no momento
em que deverei deixar este mundo. Que eles me consolem e me fortifiquem no meio dos tormentos.
Concedei-me, Senhor, nesta hora, uma fé viva, uma firme confiança, um amor ardente, e uma grande
paciência. Fazei que, plenamente consciente, eu me entregue em Vossas mãos e me abandone, como
uma criancinha, na Vossa Santa Paz. Na Vossa infinita bondade, na Vossa grande misericórdia, ó Jesus,
lembrai-vos de mim! Amen. Oração ao Coração Divino de Jesus Ó Coração Divino de Jesus, concedei-me
a graça de viver sempre segundo a Vossa Vontade, nas horas mais belas, nas mais alegres, nas mais
importantes da minha vida, como nos momentos difíceis. Concedei-me estar sempre pronto para a
última hora. Dai-me a coragem de dar tudo por Vosso amor, até a minha vida, se for necessário. Ó
Jesus, pela Vossa santa e dolorosa Paixão, fazei que, à Vossa vinda na hora da minha morte, me
encontreis vigiando, como um servo fiel, como um verdadeiro penitente depois de uma boa confissão e
tendo recebido os últimos sacramentos. Ó Senhor, não me abandoneis no meu último combate na terra,
quando deverei lutar contra Satanás, talvez enfurecido. A Providência coloca nas nossas vidas
contrariedades suficientes, lutas, sofrimentos, doenças, para que todas estas purificações, se as
aceitamos, bastem para nos levar diretamente para o Céu. Por que motivo isto não acontece a tantas
almas? Porque nós nos revoltamos, não as aceitamos com amor, com gratidão, como presentes na nossa
vida, e pecamos por revolta, por insubmissão às ofertas da Providência. Peçamos ao Senhor a graça de
nos servirmos de cada uma dessas ocasiões, para que, na hora da morte, Ele nos veja resplandecentes
de pureza e beleza. Se tomarmos esta decisão, não digo que o caminho seja fácil. O Senhor nunca
prometeu facilidades! Mas este caminho será vivido na paz e conduzir-nos-á à felicidade. O Senhor
estará sempre connosco. Sobretudo, aproveitemos o tempo que nos resta na Terra, tempo tão precioso,
durante o qual nos é ainda possível crescer no amor; e crescer no amor quer dizer fazer crescer a nossa
glória na vida futura. A cada instante podemos crescer no amor, enquanto as almas do Purgatório não
podem fazê-lo, é tarde demais para elas. Até os Anjos invejam este nosso poder enquanto estamos na
Terra! Cada ato de amor que oferecemos ao Senhor, cada pequena renúncia, cada jejum, cada pequena
privação, cada combate contra as nossas tendências, os nossos defeitos, ou ainda, cada perdão aos
nossos inimigos, todas as pequenas coisas que Lhe podemos oferecer, serão para nós um ornamento,
uma joia, um verdadeiro tesouro para a eternidade. Então, recolhamos cada uma dessas ocasiões para
nos tomarmos tão belos quanto Deus, na Sua presciência, deseja que sejamos. Se víssemos, em plena
luz, o esplendor da alma pura, choraríamos de alegria. Diante de Deus, é esplêndida uma alma em
estado de graça; é por isso que Deus nos deseja perfeitamente puros! Perfeitamente! A nossa pureza
não está no facto de nunca termos cometido erros durante a vida, mas no nosso arrependimento diante
dos erros cometidos, com toda a humildade. Isto é muito diferente. Os Santos não são pessoas sem
pecado, mas sobretudo as que sabem levantar-se e pedir perdão cada vez que caem. O Cura d Ars dizia:
Os Santos não começaram todos bem, mas todos terminaram bem. Acolhamos, também nós, os
maravilhosos meios que o Senhor coloca à nossa disposição para ajudar as almas que estão à espera de
possuí-l O, que suspiram por este Deus já entrevisto e que será a sua felicidade eterna. Não nos
esqueçamos de que a oração das crianças tem um poder imenso sobre o coração de Deus.                                                                                                                                                                          Ensinemos lhes a oração, elas tomarão a peito as almas do Purgatório. Eu lembro-me de uma menina a quem tinha
falado a respeito das almas. Ao terminar, disse-lhe: Agora rezarás, pelas almas de todos os teus
parentes, de todos os teus amigos que já estão mortos. Queres ir diante de Jesus para Lhe pedires por
elas? Ela foi a Jesus, e voltou cinco minutos depois. Então perguntei-lhe: O que foi que pediste? E ela
respondeu: Eu pedi a libertação de todas as almas do Purgatório. Esta resposta tocou-me
profundamente, porque eu tinha sido um pouco mesquinha no meu pedido. A menina, ao contrário,
tinha compreendido imediatamente o que era preciso pedir. As criancinhas na verdade têm uma
confiança pronta, Eis porque obtêm tanto de Deus. – Falemos também dos aposentados e de todos os
que têm tempo disponível; se fossem muitas vezes à Missa… que tesouros de graças acumulariam, não
somente para eles mesmos, mas também para os seus defuntos e para milhares de almas. O valor de
uma só Missa é incalculável. Se apenas pudéssemos compreendê-lo! Quantas riquezas desperdiçamos por
causa da nossa ignorância, da nossa indiferença ou simplesmente da nossa preguiça! É dizer que temos
ao nosso alcance o poder de salvar os nossos irmãos, tornando-nos assim coredentores, unidos a Jesus,
Nosso Salvador e Redentor!…

 

ORAÇÕES PELOS DEFUNTOS

 

A nossa oração por eles não só os ajuda, mas também pode tornar eficaz a sua intercessão em nosso
favor (Catecismo da Igreja Católica, nº 958) (II Macabeus 12, 43-46) Que a Vossa Santa Mãe, Mãe de
Misericórdia; São Miguel e os Anjos me assistam e me protejam contra todas as tentações, no momento
em que deverei deixar este mundo. Que eles me consolem e me fortifiquem no meio dos tormentos.
Concedei-me, Senhor, nesta hora, uma fé viva, uma firme confiança, um amor ardente, e uma grande
paciência. Fazei que, plenamente consciente, eu me entregue em Vossas mãos e me abandone, como
uma criancinha, na Vossa Santa Paz. Na Vossa infinita bondade, na Vossa grande misericórdia, ó Jesus,
lembrai-vos de mim! Ámen. Oração ao Coração Divino de Jesus Ó Coração Divino de Jesus, concedei-me
a graça de viver sempre segundo a Vossa Vontade, nas horas mais belas, nas mais alegres, nas mais
importantes da minha vida, como nos momentos difíceis. Concedei-me estar sempre pronto para a
última hora. Dai-me a coragem de dar tudo por Vosso amor, até a minha vida, se for necessário. Ó
Jesus, pela Vossa santa e dolorosa Paixão, fazei que, à Vossa vinda na hora da minha morte, me
encontreis vigiando, como um servo fiel, como um verdadeiro penitente depois de uma boa confissão e
tendo recebido os últimos sacramentos. Ó Senhor, não me abandoneis no meu último combate na terra,
quando deverei lutar contra Satanás, talvez enfurecido.

Salmo 129

Do profundo abismo chamo por Vós, Senhor: * Senhor, escutai a minha voz. Estejam vossos ouvidos
atentos * à voz da minha súplica. Se tiverdes em conta as nossas faltas, * Senhor, quem poderá salvarse? 

– Mas em Vós está o perdão, * para serdes temido com reverência. Eu confio no Senhor, * a minha
alma confia na sua palavra. A minha alma espera pelo Senhor * mais do que as sentinelas pela aurora.
Mais do que as sentinelas pela aurora, * Israel espera pelo Senhor, Porque no Senhor está a misericórdia
* e com Ele abundante redenção. Ele há-de libertar Israel * de todas as suas faltas.

 

O Pai Nosso de Santa Matilde pelas almas do Purgatório

 

PAI NOSSO QUE ESTAIS NO CÉU nós Vos pedimos humildemente: Pai Eterno, Benevolente e
Misericordioso, que perdoeis às almas do Purgatório, por não Vos terem amado n honra que

 Vos é devida, a Vós, Seu Senhor e Pai, que por pura graça as adotastes como Vossos filhos.
Pelo contrário, por causa dos pecados, fecharam os seus corações onde Vós queríeis habitar para
sempre. Em reparação destas faltas, ofereço-vos o amor, a veneração que o Vosso Filho Incarnado Vos
testemunhou ao longo da Sua vida terrestre e ofereço-vos todos os atos de penitência e de reparação
que Ele cumpriu e pelos quais apagou e expiou os pecados dos homens,


SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME Peço-Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso,
perdoai às almas do Purgatório, por não terem honrado dignamente o Vosso Santo Nome: elas
pronunciaram- No muitas vezes distraidamente e tornaram-se indignas do nome de cristãos pela sua vida
de pecado. Em reparação das faltas que cometeram, ofereço-vos toda a honra que o Vosso Filho Bem Amado

 rendeu ao Vosso Nome, por palavras e atos ao longo de toda a Sua vida terrestre.


VENHA A NÓS O VOSSO REINO Peço-Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso,
perdoai às almas do Purgatório porque não procuraram nem desejaram o Vosso Reino, com intenso
fervor e empenho, este Reino que é o único lugar onde reina o verdadeiro repouso e a paz eterna. Em
reparação pela indiferença em fazer o bem, ofereço- Vos o desejo do Vosso Divino Filho através do qual
Ele quis ardentemente torná-las, a elas também, herdeiras do Seu Reino.


SEJA FEITA A VOSSA VONTADE ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU Peço-Vos humildemente, Pai Eterno,
Benevolente e Misericordioso, perdoai às almas do Purgatório por não se terem sempre submetido com
devoção à Vossa Vontade. Elas não procuraram cumprir a Vossa Vontade em todas as coisas e muitas
vezes cederam e agiram fazendo unicamente a sua própria vontade. Em reparação da sua
desobediência, ofereço-vos a perfeita conformidade do Coração cheio de amor do Vosso Filho à Vossa
Santa Vontade e a submissão total que Ele Vos testemunhou obedecendo-vos até à Sua Morte na Cruz.


O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE Peço-Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e
Misericordioso, perdoai às almas do Purgatório, por não terem recebido sempre o Santo Sacramento da
Eucaristia com intenso desejo. Receberam-No muitas vezes sem recolhimento, sem amor, ou
indignamente ou mesmo negligenciando recebê-lo. Em reparação de todas estas faltas que cometeram,
ofereço-vos a plena santidade e o grande recolhimento de Nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Divino Filho,
bem como o ardente amor, através dos quais nos ofereceu este dom incomparável.


PERDOAI-NOS AS NOSSAS OFENSAS ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS A QUEM NOS TÊM OFENDIDO.

 Peço Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso, perdoai às almas do Purgatório todas as
faltas de que se tornaram culpadas sucumbindo aos sete pecados capitais e também quando não
quiseram amar, nem perdoar, aos seus inimigos. – Em reparação de todos estes pecados, ofereço-vos a
oração cheia de amor que Vosso Divino Filho Vos dirigiu em favor dos seus Inimigos quando estava na
Cruz.


E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO Peço-Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e
Misericordioso, perdoai às almas do Purgatório, porque muitas vezes não resistiram às tentações e
paixões, mas seguiram o Inimigo de todo o bem e abandonaram-se às fraquezas da carne. Em reparação
de todos estes pecados em múltiplas formas, dos quais se reconhecem culpadas, ofereço-vos a gloriosa
Vitória que Nosso Senhor Jesus Cristo trouxe ao mundo assim como a sua Vida Santíssima, o Seu trabalho
e penas, o Seu sofrimento e a Sua Morte crudelíssima.


MAS LIVRAI-NOS DO MAL Peço-Vos humildemente Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso, livrai-nos
de todos os flagelos, pelos méritos do Vosso Filho Bem-Amado e conduzi-nos, bem como às almas do
Purgatório, ao Vosso Reino de Glória eterna que se identifica convosco. Assim seja!

 

COROA PELAS ALMAS DO PURGATÓRIO
 

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
1. Meu Jesus, pelo abundante suor de sangue que derramastes no jardim de Getsémani, tende piedade
das almas dos meus antepassados mais queridos que sofrem no Purgatório.
Pai Nosso, Avé Maria
Que as almas dos fiéis defuntos pela misericórdia divina, descansem em paz. Ámen.


2. Meu Jesus, pelas humilhações e troças que sofrestes diante dos tribunais até ser esbofeteado,
maltratado pelo povo e banido como um malfeitor, tende piedade das almas dos nossos defuntos que no
Purgatório esperam para serem glorificados no vosso Reino.
Pai Nosso, Avé Maria
Que as almas dos fiéis defuntos pela misericórdia divina descansem em paz. Ámen.


3. Meu Jesus, por esta coroa de agudos espinhos que trespassaram a Vossa Santa Face, tende piedade da
alma mais abandonada e sem socorro, e daquela que está mais longe de ser liberta do Purgatório.
Pai Nosso, Avé Maria
Que as almas dos fiéis defuntos pela misericórdia divina descansem em paz. Ámen.

 

4. Meu Jesus, pelos dolorosos passos que destes com a cruz sobre os ombros, tende piedade da alma que
está mais próxima de ser liberta do Purgatório, e pelas dores que sofrestes com vossa Santa Mãe no
encontro no caminho do Calvário, livrai das penas do Purgatório as almas que foram fiéis a esta Mãe
bem amada. Pai Nosso, Avé Maria Que as almas dos fiéis defuntos pela misericórdia divina descansem
em paz. Ámen.


5. Meu Jesus, pelo vosso Santíssimo Corpo estendido sobre a cruz, pelos vossos Pés e Mãos trespassados
pelos cravos, pela morte cruel e pelo vosso Santíssimo Lado aberto pela lança, tende piedade das almas
sofredoras e aceitai-as na vossa doce companhia no Paraíso. Pai Nosso, Avé Maria Que as almas dos fiéis
defuntos pela misericórdia divina descansem em paz. Ámen.

 

 

AS SANTAS CHAGAS PELAS ALMAS DO PURGATÓRIO
 

São promessas feitas por Jesus à irmã Maria Marta Chambon (184 1-1921), humilde irmã conversa da
Visitação de Santander, falecida em odor de santidade. Filha de pobres camponeses, entrou em 1864
para o Mosteiro, onde foi conversa até à morte. Trabalhou toda a sua vida no refeitório e no pensionato.
Depois de uma visão do Crucificado jorrando sangue, consagrou-se ao culto das Santas Chagas, das quais
teve impressionantes visões todos os dias. Em 1875, recebeu os estigmas. 1 – Darei tudo o que Me
pedirem pela invocação das minhas Santas Chagas, devoção que deve ser divulgada. 2 – Em verdade,
esta oração não vem da terra mas do Céu… e ela pode tudo obter. 3 – As minhas Santas Chagas sustêm
o mundo. Pedi-Me para as amardes sempre, porque elas são fontes de graça. Devem ser invocadas
muitas vezes e a elas atrair o nosso próximo para imprimir em seu coração a devoção para com as
almas. 4 – Quanto estiverdes a sofrer de dores, trazei-as imediatamente às minhas Chagas e sereis
aliviados. 5 – Repeti esta invocação muitas vezes junto dos doentes: Meu Jesus, perdoai-me e tende
piedade de mim, pelos méritos das Vossas Santas Chagas. Esta oração elevará a alma e o corpo. 6 – O
pecador que diga: Pai Eterno, ofereço-vos as Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo, para curar as das
nossas almas, obterá a conversão. 7 – As minhas Chagas suavizarão as vossas. 8 – A alma que morra nas
minhas Chagas, não conhecerá a morte; elas dão a verdadeira vida. 9 – A cada palavra desta Coroa da
Misericórdia deixo cair uma gota do Meu Sangue sobre a alma de um pecador. 10 – A alma que honrar as
minhas Santas Chagas as oferecer ao Pai Eterno pelas almas do Purgatório será acompanhada na sua
morte pela Santíssima Virgem e pelos Anjos, e Eu, resplandecente de glória recebê-la-ei para a coroar.
11 – As Santas Chagas são o tesouro dos tesouros para as almas do Purgatório. 12 – A devoção as Minhas
Santas Chagas é i remédio para este tempo de iniquidade. 13 Das Minhas Santas Chagas vêm frutos de
santidade. Meditando nelas, encontrareis sempre aí um novo alimento para o vosso amor.

 

NÃO ESQUEÇAIS AS INDULGÊNCIAS
 

A Igreja nossa Mãe tem maravilhosos tesouros de reserva para nós. Vejamo-los mais de perto! Por meio
das indulgências, os fiéis podem obter para si próprios, e também para as almas do purgatório, a
remissão das penas temporais, consequência do pecado (Catecismo da Igreja Católica, 1498) O QUE É
UMA INDULGÊNCIA? Eis o que diz o Catecismo da Igreja Católica: A indulgência é a remissão, perante
Deus, da pena temporal, devida pelos pecados, dos quais a falta já está apagada, remissão que o fiel
bem disposto obtém em certas condições determinadas pela ação da Igreja, a qual, como distribuidora
da Redenção, distribui e aplica pela sua autoridade o tesouro dos méritos de Cristo e dos Santos. A
indulgência é parcial ou plenária, segundo liberta parcial ou totalmente da pena temporal, devida pelos
pecados ( 1471). Jesus deu aos Seus discípulos e portanto à Sua Igreja, o poder de ligar e de desligar. Ao
longo dos séculos, de formas diferentes, a Igreja utilizou este instrumento da misericórdia divina a favor
dos vivos e dos mortos. Na nossa época, tudo o que diz respeito às indulgências foi revisto pelo Papa
Paulo VI. Tudo isso está recolhido no Manual das Indulgências, Regras e Concessões, publicadas a 29 de
Junho de 1968 (Livraria Vaticano). O fim da Autoridade eclesiástica para a distribuição das indulgências,
é não somente o de ajudar os fiéis a expiar as penas devidas pelo pecado, mas também incitá-los a fazer
actos de piedade, de penitência e de caridade, especialmente os que fazem crescer na fé e favorecem o
bem comum. Se os fiéis oferecem as indulgências pelos defuntos, cultivam excelentemente a caridade
e, enquanto elevam o seu espírito ao Céu, dispõem com mais sabedoria as coisas materiais. Mesmo
sendo bens gratuitos, as indulgências são dadas, quer para os vivos, quer para os defuntos, somente em
condições particulares… o fiel deve amar a Deus, detestar o pecado, pôr a sua confiança nos méritos
de. Cristo e acreditar firmemente na grande ajuda que lhe vem da comunhão dos santos Depois da
reforma, toda a distinção de dias, meses e anos foi abolida; as indulgências distinguem-se somente
entre plenárias e parciais. Vejamos algumas outras regras: Ninguém pode dar as indulgências que ganha
a outras pessoas vivas. As indulgências parciais ou plenárias podem sempre ser oferecidas pelos mortos.
O fiel que utiliza com devoção um objeto de piedade (cruz, rosário, escapulário, medalha), benzido por
um padre, pode ganhar uma indulgência parcial. Se este objeto foi benzido pelo Papa ou por um bispo,
o fiel que o utilizou com devoção, pode ganhar uma indulgência plenária na solenidade dos santos
Apóstolos Pedro e Paulo, acrescentando o Credo na sua forma legítima. A importância dos objetos
religiosos santos foi confirmada recentemente pelo Catecismo da Igreja Católica (476, 477, 1159-1162,
2129-2132) A indulgência plenária pode ser ganha uma vez por dia. A indulgência parcial, pelo contrário,
pode ser ganha várias vezes por dia, salvo uma indicação explícita ao contrário. Para ganhar a
indulgência plenária é preciso não somente excluir toda a afeição a todo o pecado, mesmo venial, mas
também cumprir a obra requisitada pela indulgência e satisfazer três condições: confissão sacramental,
comunhão eucarística e oração pelas intenções do Papa. Esta última condição da indulgência consiste na
recitação, pelas intenções do Papa, de um Pai Nosso e de uma Avé Maria. Todavia, os fiéis têm
liberdade de fazer outra oração, seguindo a sua própria piedade e devoção.

 

A NOVA REFORMA CONCEDE TRÊS PRIVILÉGIOS:


1) A indulgência parcial é concedida ao fiel que, cumprindo os seus deveres e suportando as
adversidades da vida, eleva com humildade e confiança a sua alma para Deus e junta mentalmente uma
piedosa invocação.
2) A indulgência parcial é concedida ao fiel que, com fé e misericórdia se coloca ou os seus bens ao
serviço dos irmãos que têm necessidade de ajuda.
3) A indulgência parcial é concedida ao fiel que, num espírito de penitência e de sacrifício, se priva
espontaneamente de uma coisa legítima.
Pode-se ganhar a indulgência plenária nas seguintes ocasiões: – Adoração do Santíssimo Sacramento,
durante pelo menos meia hora; – Recitação do Rosário mariano na Igreja, na família ou na Comunidade;
– participação na Via Sacra; – leitura da Sagrada Escritura durante ao menos meia hora; – visita de uma
igreja no dia 1 de Novembro do meio-dia ao dia 2 de Novembro à meia-noite, pela intenção dos
defuntos; – visita a um cemitério entre o dia 1 e 8 de Novembro, rezando pela intenção dos defuntos.
Pode ganhar-se uma indulgência plenária em cada um destes oito dias; – participação numa Missa
solene, de uma primeira comunhão ou da primeira Missa de um padre ou pelo jubileu sacerdotal de 25,
50 ou 60 anos; – renovação das promessas do Batismo, durante uma vigília pascal; – adoração da Cruz,
durante a cerimónia solene de Sexta-feira Santa. – bênção do Papa, mesmo recebida pela rádio ou
televisão. No momento da morte, a Igreja mostra-se particularmente caritativa para conceder a
indulgência plenária. Pode ser dada por um padre, ritualmente, ou ganha pelo moribundo por um beijo
na cruz, mas somente se ele recitou algumas orações durante a vida. Se as condições indicadas acima
(confissão, comunhão, oração pelo Santo Padre, desapego do pecado) não poderem ser cumpridas
inteiramente, a indulgência é parcial. Mas não há necessidade de se confessar no próprio dia. Pode-se
fazer isso nos dias que precedem ou seguem. Se nos habituarmos a confessar regularmente, podemos
ganhar muitas indulgências plenárias. 

 

Pode-se ganhar indulgências parciais, pela recitação das orações
da Igreja como: A Vós, Bem-aventurado José 

O Anjo do Senhor (Angelus Domini)

 Alma de Cristo,Santificai-me

 Ato de comunhão espiritual

 Profissão de fé (Credo) 

Oficio dos defuntos Salmo 129

 (DeProfundis) pág. 71 

Ladainhas do Santíssimo Nome de Jesus Ladainhas do Sagrado Coração de Jesus
Ladainhas do Preciosíssimo Sangue 

Ladainhas da Bem-aventurada Virgem Maria Ladainhas de S. José
Ladainhas dos Santos 

Magnificat

 Lembrai-vos ó piíssima Virgem Maria

 Salmo 50 (Miserere) 

Oração pelasvocações sacerdotais ou religiosas 

Oração pela unidade dos cristãos 

O repouso eterno 

Salvé Rainha 

Sinalda Cruz (bem feito com piedade) 

Tantum Ergo (Adoremos, veneremos) Te Deum (hino de ação de
graças). Esta indulgência plenária se se recita publicamente no último dia do ano. Vem, Espírito Santo

(Veni Creator). Aqui a indulgência torna-se plenária se for recitada publicamente no último dia do ano e
durante a solenidade do Pentecostes. 

Esta lista está incompleta. As indulgências parciais são obtidas por
todo o ato concreto de fé, esperança e caridade no meio das provas que a vida nos coloca ou nos
acontecimentos e nos diferentes deveres. 

Todos os atos de caridade para com o nosso próximo obtêm
também indulgências parciais; as práticas do jejum e abstinência, feitas voluntariamente; mas também
todas as orações, jaculatórias ou pensamentos espontâneos dirigidos a Deus, à Virgem, à Sagrada Família.

 

O manual das indulgências contém a lista completa.

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Rezemos pelas Santas Almas e consolemos o Sagrado Coração de JESUS!

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