É conhecida a história que se conta ter acontecido no Mosteiro Romano de S. André, no final do ano de 590. Vem narrada nos famosos diálogos de S. Gregório Magno: “Justo era um monge. Estudara medicina antes de professar e tratava S. Gregório nas suas doenças.
Um dia, caiu enfermo e declarou seu irmão Copioso, também médico, mas laico, que tinha consigo três peças de oiro escondidas. Pobre dele! Em breve, os monges descobriram as moedas, no meio dos remédios.
S. Gregório Magno ficou profundamente emocionado e resolveu dar uma lição. Aplicou a Justo a excomunhão monacal e proibiu- lhe qualquer comunicação com os restantes membros da comunidade.
Na solidão da morte que chegava, o culpado afligia- se, não compreendendo por que o abandonavam naquela hora angustiosa. Foi o seu irmão quem lhe explicou tudo.
Deixavam- no assim, à margem da comunidade, porque traíra o voto de pobreza!
Enfim, Justo morreu e, por ordem de S. Gregório, enterraram- no longe dos seus irmãos, no esterquilínio. Em cima do cadáver, lançaram as malditas peças de oiro e cada um dos monges repetiu a frase de S. Pedro e Simão Mago: Pecunia tua tecum tecum sit in perditionem! E cobriram- no de terra.
Todos os monges temeram e fizeram um exame de consciência.
Mas o Papa São Gregório sentia pena de Justo. Um mês após a sua morte, chamou à sua presença o superior do Mosteiro e mandou- lhe que oferecesse a Missa, pela alma do defunto, durante 30 dias consecutivos.
Assim se fez. E a alma de Justo apareceu ao seu irmão Copioso, exatamente ao findar o trintário. Apareceu- lhe e disse- lhe que as suas penas no purgatório tinham acabado.
Esta narrativa antiga podemos lê- la em letra gótica do séc. XIV e XV, nos códices com a tradução portuguesa dos Diálogos de S. Gregório.
HOJE
Este costume de celebrar as Trinta Missas por alma de um defunto, Missas gregorianas, difundiu- se na Igreja até os nossos dias.
Em 1967, a Sagrada Congregação do Concílio declarou que a continuidade das 30 MISSAS diárias pode ser interrompida por doença do sacerdote, ou por motivo pastoral( de celebrar missa de funeral ou de casamento).
(Artigos extraídos das paginas 115 e 117 do Livro do Irmão João)